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Breno Pinheiro, empresário e cofundador da empresa de jogos Fan Studios, produziu um vídeo junto com seu irmão e amigos para reconquistar a namorada, presenteando-a com um aplicativo simples e romântico.
Sua iniciativa ficou famosa. Desde que o blogNão Salvo pôs os olhos no vídeo, o número de visualizações — que já era elevado para os padrões de Fortaleza — cresceu em duas vezes mais. Desde então, Breno Pinheiro dedicou-se a aperfeiçoar o aplicativo, que inclusive está sendo vendido pela AppStore e Google Play.
Até hoje, uma série de reportagens já foram feitas sobre o trabalho de Breno. A última matéria é de assinatura da Info, publicação da editora Abril. Antes disso, a apresentadora Eliana já havia convidado Breno e a namorada, Natasha, a participarem do programa no quadro "Famosos da Internet". Os jovens deram uma entrevista para a emissora SBT. A rede Globo também aproveitou a chance e veiculou, no programa Mais Você, de Ana Maria Braga, o vídeo que tornou o empresário e o seu aplicativo famosos.
Breno Pinheiro estará presente no próximo Ciberdebates da Unifor. Como convidado especial, estará acompanhado de Emerson Maranhão, repórter especial do jornal O Povo, e Emerson Damasceno, criador e curador do @Desencontro2012. O evento Virais: quando viram pauta será realizado às 8h da próxima quinta-feira, 3 de maio, no Teatro Celina Queiroz.
"VIRAIS: QUANDO VIRAM PAUTA" É O TEMA
DO
TERCEIRO CIBERDEBATES DE 2012
Ministrados
pelo professor Eduardo Freire na disciplina de Oficina em Jornalismo,
os dez estudantes que compõem o primeiro grupo, organizado sob
sorteio, realizarão, ao dia 3 de maio de 2012 (quinta-feira), no
Teatro Celina Queiroz, o terceiro Ciberdebate do semestre.
O
evento é produzido pelos alunos da disciplina desde abril de 2011, e
caracteriza-se pela composição de dois ou mais palestrantes, que
são chamados para defender suas ideias numa mesa principal, sobre o
palco do auditório. Depositadas suas considerações iniciais, os
debatedores interagem entre si, apoiando-se ou contrapondo-se às
falas anteriores. Mais tarde, os participantes que assistem na
plateia se utilizam de perguntas (dirigidas diretamente ou não) para
revitalizar o debate, trazendo novas questões e diferentes pontos de
vista.
O
tema do terceiro Ciberdebate vai se dirigir aos vídeos
caseiros,
produzidos com o propósito de compartilhar experiências rotineiras
e, em primeira instância, desobrigadas de qualquer propósito
institucional ou sóciocultural. Ao se tratar dos vídeos virais,
pretende-se chamar atenção para o trabalho de um fortalezense que
tomou a iniciativa de criar um aplicativo para os aparelhos da Apple,
iPhone e iPad, e de ultrapassar sua experiência em desenho e
computação gráfica: gravou, com assistência de amigos, um vídeo
em que se vê a retaliação do namoro quando se ofereceu o
aplicativo e a surpresa à companheira do cearense.
Para
conduzir o Ciberdebate, a equipe convidou Emerson Damasceno,
jornalista, criador e curador do Desencontro, evento de mídias
sociais do Nordeste que reuniu, em março de 2012, mais de três mil
pessoas em cada um de três dias. Damasceno também mantém um blog
no portal do Diário do Nordeste, em que escreve sobre as últimas
novidades da Internet.
O segundo convidado pela equipe é Emerson
Maranhão, repórter especial do jornal O
Povo.
Maranhão é o editor da página especial “Tendências”,
publicada de quinta a domingo no caderno principal do jornal. Além
disso, escreve para uma coluna no caderno Buchicho, chamada “Cena
G”.
Finalmente, o convidado especial escolhido pela equipe foi
Breno Pinheiro, empresário e cofundador da empresa desenvolvedora de
jogos, Fan Studios. Breno foi convidado a falar sobre o vídeo que o
tornou “viral”.
Serviço 3º
Ciberdebates: Virais
quando viram pauta
Neste ciberdebates, pude ter contatos com alunos de jornalismo, que assistiram o ciber e puderam ter uma visão clara de um tema muito repercutido. Tanto na internet, como em outros meios, conversei com Bruna Salmito, aluno do sexto semestre de jornalismo na Unifor.E ela achou bacana, essa abordagem de um tema tão atual e muito pouco discutido dentro da sala de aula. Ela diz" que a sopa é uma tema que é uma junção de muitos assuntos interessantes veiculadas na internet, e uma variação que vemos tanto em redes sociais também". Numa sopa de informações que, é o titulo do ciberdebates também foi comentado como é o direitos autorais que move ações nas midias.
Também falou-se de videos veiculados na internet e que depois passaram a ser proibido, como o vídeo que foi citado no youtube, da modelo Daniela Cicarelli e foi bloqueado para que as pessoas não pudessem ver. Para Patricia Holanda aluna de jornalismo da Unifor, ela diz" que a discussão do debate foi bastante proveitosa por falar de assuntos atuais como o plagio e pirataria.Os debatedores estavam bem por dentro dos assuntos discutidos e a platéia fez perguntas legais e interessantes".
Com o propósito de medir a opinião do público que compareceu ao último Ciberdebate, foram colhidos da "sopa de provocações" alguns depoimentos entre alunos da Unifor. As principais perguntas foram dirigidas sobre o que os motivou a participar do evento, quais foram suas impressões sobre o debate em si e como examinam a evolução da organização por parte dos alunos da disciplina de Oficina em Jornalismo.
Ahynssa Thamir, aluna do curso de Jornalismo do 3º semestre, gostou bastante do evento porque considera o tema polêmico e presente no seu cotidiano. "No Desencontro 2012, esse assunto foi também tema de um painel, mas eu me senti muito mais esclarecida no evento de hoje." Para ela, que até levou o namorado, estudante de Mecatrônica, o contato profissional com a sala de aula é fundamental.
No entanto, a aluna do 6º semestre de Jornalismo, Clara Magalhães Ribeiro, sentiu falta de foco entre os palestrantes. "Achei que os debatedores ficaram muito focados na questão de compartilhamento de arquivos. Explicaram pouco sobre o S.O.P.A. e o P.I.P.A." Em relação à organização do evento, ressalva: "Adorei os vídeos e os artigos que foram compartilhados pelo Facebook".
O aluno do 3º semestre de Jornalismo, Otelino Filho Braga já analisa que "o Ciberdebate foi muito produtivo porque eu particularmente desconhecia sobre o assunto e com a realização do evento tive a oportunidade de não só entender, como também me questionar a respeito do tema." Para ele, que também compareceu ao primeiro Ciberdebate do semestre, atribui o aumento da qualidade do encontro devido à escolha de temas interessantes. "O evento possui uma importância gigante na minha formação, pois é com ele que me aproximo cada vez mais da realidade do meio jornalístico."
Sabrina Coriolano, aluna do mesmo semestre, confessa que gostou do tema, mas contrapõe: "Esperava que fosse tomada uma posição por parte do advogado, Glaydson Lima. Achei que ficou confuso. Gostei mais do Uirá Porã, pois ele defendeu o seu lado de interesse."
Marcelo Marinho, aluno do 6º semestre também de Jornalismo, apresentou uma motivação especial: esteve presente no evento porque estava curioso para conhecer a abordagem de Uirá Purã por sua fama de ser militante do software livre. Marcelo fez um curso técnico em informática para que pudesse concertar o próprio computador e embora também tenha achado que o tenha faltado aprofundamento no tema, acredita que seja por causa do próprio formato do Ciberdebate. "Quinze minutos é algo reduzido para uma fala inicial", critica.
E para quem já organizou um Ciberdebate antes, como a aluna do 7º semestre, Bruna Feijó, a comoção é grande. "Foi um trabalho de equipe muito bem feito, tanto na divulgação, quanto na apresentação. Achei lindo ver a equipe toda uniformizada", conta.
Da esquerda para direita: Uirá Porã, Emílio Moreno e Glaydson Lima. Foto: Camila Marcelo
A segunda edição, deste ano, do Ciberdebates trouxe como prato principal a discussão "Censura na internet? Quem vai tomar essa S.O.P.A?" Os convidados presentes à mesa foram Emílio Moreno (Jornalista), Glaydson Lima (Advogado e analista de sistemas) e Uirá Porã (Secretário Executivo da Fortaleza Digital e Criativa). Aparentemente, houve uma sintonia de pensamentos entre os 230 presentes no Teatro Celina Queiroz. No entanto, isso não impediu que o microfone não parasse de circular e o debate rolasse até o último minuto desta manhã de terça-feira.
A proposta do debate, inicialmente, era abordar apenas os projetos de lei norte-americanos contra a pirataria (SOPA e PIPA) que, embora já arquivados por tempo indeterminado, ainda gera um questionamento nacional se é cabível fazer uma fiscalização rígida dos veículos da internet e bloqueá-los caso haja infração de direito autoral. Porém, o cardápio foi ficando mais recheado de inquietações e muitas, mas muitas perguntas.
História curta, porém corrida
O meio virtual, historicamente falando, é recente no Brasil e no mundo, porém as transformações sofridas em sua tecnologia dão passos de gigantes e as leis não acompanham essas mudanças.
"A nossa legislação brasileira foi criada numa época sem pensar praticamente na internet. Para você ter uma ideia, existe na lei de direitos autorais que só se pode fazer cópia de uma porção de sua mídia. Ou seja, de um CD, você poderia copiar duas ou três músicas sem violar nenhum direito. Hoje, você pode comprar uma música só, mas a lei não permite que você compre uma música, baixe para o seu computador e coloque no seu Ipode", exalta-se Glaydson.
Para ele, o sistema é muito rígido e baseia-se em conceitos passados. Muitos pagam até mesmo mais caro baixando músicas individuais em um site, do que comprando o CD inteiro em uma loja. "Eu acho que a indústria está insistindo num modelo antigo e não vê a oportunidade, um outro modelo de negócio, aproveitando a tecnologia que tem. Tem gente ficando muito rica vendendo joguinho por US$1,00", completa.
Além disso, há o questionamento se essa lei de proteção realmente protege os interesses dos artistas. Será que está atualizada, será que se adequa? Na verdade, segundo Uirá Porã, há um medo do novo e se ele irá quebrar as vantagens vividas e conhecidas atualmente. "O Ronaldo Lemos uma vez falou que, no geral, sempre que a indústria cria uma nova tecnologia, a indústria do conhecimento tenta barrar em função dos seus lucros. Então, quando surgiu a fita cassete, obviamente quiseram parar e proibir porque acharam um absurdo e disseram que iam parar de vender filme e ninguém mais ia ao cinema. Três anos depois, ela estava ganhando três vezes mais dinheiro com fita cassete do que jamais ganhou", contextualiza.
O argumento também que o compartilhamento de obras, dito como pirataria, gera milhares de prejuízos à indústria cultural e pode causar a falência do sistema também foi posta em dúvida entre os palestrantes. "Pirataria não existe. Dizem que a cada pessoa que baixou uma música simplesmente seria uma música a menos que se venderia, como se necessariamente ao baixar eu estaria comprando, o que é um conceito errado, porque eu posso baixar para ver e saber como é, para eventualmente comprar", instiga Uirá Porã.
Foto: Waleska Santiago
Além de discordar do conceito usado nos projetos de lei, o Secretário acredita que o meio de veiculação não deveria ser responsável pela ação dos seus frequentadores, mesmo o mau uso seja a situação mais recente. O Megaupload, por exemplo, era banco de dados e divulgação de muitos usuários. No entanto, o site foi bloqueado, prejudicando aqueles que usavam com outras finalidades. Fazer isso, segundo Uirá, é como condenar a operadora de telefone por um dos seus clientes ter assaltado um banco e telefonar para o comparsa para ele buscá-lo.
"Tirar a internet porque um cara cometeu uma infração de direito autoral não faz muito sentido, não é o caminho. Inclusive, preocupa e gasta-se mais com recursos jurídicos para combater a quebra dos direitos e garanti-los, do que pensar em novos modelos de negócio que possam explorar muito mais recursos do que esses R$0,40 de músicas que as músicas baixadas representam de prejuízo", completa.
Na verdade, a sugestão seria usar em benefício próprio a tecnologia existente ou criar uma nova mais eficiente que pudesse filtrar de maneira mais satisfatória os conteúdos da internet. Vale ressaltar que isso não seria censura, como muitos confundem, e sim uma regulação. Afinal, a rede é livre, mas não deve estar isenta de limites e fiscalização, como qualquer conduta feita por um cidadão.
Para melhor administrar essa situação, entrou-se em pauta que o projeto de lei nomeado marco civil era o mais adequado para elucidar as questões envolvidas com o meio digital, deixando de lado o texto considerado desatualizado da lei 9610/98, que aborda o direito autoral. "É importante, sim, que exista um ato regulatório que trate diretamente e especificamente da internet. A gente tem que acabar com esse discurso que a lei vai ferir os direitos ou vai seciar a liberdade de expressão. Não é bem assim", enfatiza o jornalista Emílio.