Palestrantes Dellano Rios, Júlia Lopes e Diego Benevides. Foto: Thalyta Martins |
O primeiro Ciberdebates do semestre reuniu mais de 200 pessoas no
auditório da biblioteca da Universidade de Fortaleza (Unifor) esta manhã, 30 de
agosto. Com o tema “Jornalismo cultural na Internet: possibilidades”, a primeira da série de quatro edições começou
meia hora depois do previsto, mas ninguém arredou pé e lotou o local até às
11
horas. O sucesso de público foi comemorado pelos organizadores, alunos e professoras da disciplina Oficina em jornalismo.
Contratempos à parte, a discussão foi bastante
enriquecedora. A mediadora Bárbara Guerra convidou Dellano Rios, Júlia Lopes e Diego
Benevides para tentar definir o Jornalismo Cultura na Internet. Como diz o ditado “damas
primeiro”, assim fez o Ciberdebates. Júlia Lopes, repórter do caderno cultural do
jornal O Povo, Vida & Arte, e co-autora do site de cultura e entretenimento
“A preço de banana” abriu a sessão. Ela destacou o trabalho feito por Fernando
Rabelo como uma possibilidade de
desenvolver o jornalismo cultural na internet. Ele coloca uma foto e uma breve descrição em seu facebook, ferramenta do nosso
dia-a-dia dificilmente utilizada para fazer jornalismo. “Você percebe que o
Fernando faz uma pesquisa. Ele deve passar horas e horas nisso”, declarou.
Ressaltou ainda a importância da leitura na formação do jornalista, seja ele especializado ou não em escrever sobre cultura, e de sair, ir a campo. “Tem muita coisa que a gente dá uma voltinha no Centro e encontra”. Isso sem menosprezar o papel das outras pessoas. “O jornalismo pode ser feito, e ele é feito, por outras pessoas que não são jornalistas. A participação das pessoas, o olhar de fora é importante”.
Na sequência, foi a vez do editor do Caderno 3, caderno cultural do Diário do Nordeste, Dellano Rios. Ele também falou da importância da leitura, da “permanente formação” e de “bater perna. Descobrir o que tem lá fora”. O que é essencial para não cair no que ele chama de círculo vicioso da web. “Parece que a internet é a matéria-prima dela mesma. É o mesmo discurso”. Para combater essa questão o palestrante defendeu a prática do bom jornalismo seja qual for o suporte. “Se eu sou jornalista, eu sou jornalista independente do meio”. Destacou o imediatismo da internet como algo positivo, porém criticou a memória curta de alguns jornalistas, o que às vezes leva a um “consumo descartável”. Desmistificou a ideia de que tudo pode ser encontrado na rede e declarou que “nós navegamos por sites” de referências nos quais vamoa direito ao ponto.
A discussão seguiu em clima descontraído com a apresentação de Diego Benevides, editor chefe do “Cinema com rapadura”, um dos portais nacionais de referência em cinema. Ele colocou que o bom texto dificilmente recebe comentários na internet. Enquanto o contrário se dá de forma massiva. “Eu escrevo alguns textos e sei que vou ser 'trollado'(termo dos games de internet que significa: vão falar mal de mim)”.
Na opinião dele “a gente não pode alienar”, não pode continuar
reproduzindo na internet o que já foi divulgado na própria internet. Por isso “a equipe
deve estar preparada para decifrar os sites”. Para ele, dar valor à
assessoria de imprensa é um dos grandes trunfos que uma editoria pode ter. Da mesma
forma, os jornalistas precisam saber lidar com os assessores. Outro ponto que
abordou foi a discriminação com o Nordeste e o que é produzido aqui. “Tem a questão
do preconceito, mesmo. Quem é esse povo? Tudo cabeça chata?”. E isso se dá
também dentro da própria região. A prova é o ranking de acessos do portal, em
que a participação nordestina corresponde a apenas 16% do total. “Nosso maior
acesso é do Sul e Sudeste”.
Após as falas dos três palestrantes, a mediadora abriu para perguntas da plateia e recebeu questões enviadas pelo twitter. Além de acompanhar o debate por essa rede social, também foi possível fazer isso ao vivo pelo Ustream (clique e confira o conteúdo na íntegra). Também já está disponível para download o material gráfico utilizado por Diego Benevides. Estamos também no twitter, no facebook e no picasa, com a cobertura fotógrafica.
Fique de olho nas próximas postagens, com mais notícias sobre a repercussão do evento.
gente quem precisar de fotos eu postei no facebook, só não botei ainda no blog e no twitter pq perdi a minha agenda onde tinha anotado o login e a senha.
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