O
Secretário Executivo do Comitê Fortaleza Digital e Criativa, Uirá Porã,
participou da segunda edição dos Ciberdebates que aconteceu nesta
segunda, dia 10, no auditório do Teatro Celina Queiroz, na Unifor e que
trouxe como tema a "Censura na internet : Quem vai tomar esta S.O.P.A
?".
Sempre
bem humorado e descontraído, Uirá discutiu com estudantes e
professores alguns aspectos da censura , pirataria, direitos autorais e
as leis que estão sendo criadas para regulamentar o uso da internet
.Foram abordadas questões sobre a censura de baixar conteúdos como
fotos, vídeos e músicas pela internet .
O secretário se posicionou contra qualquer tipo de censura na internet : "Censura por si só já é bizarro.Censura na internet é uma coisa e regulação é outra", diz.
O secretário se posicionou contra qualquer tipo de censura na internet : "Censura por si só já é bizarro.Censura na internet é uma coisa e regulação é outra", diz.
Ele cita exemplos como o do rapper Crioulo de São Paulo, que colocou todas as músicas na internet e deixou as pessoas baixarem , como forma de divulgar o seu trabalho, e que hoje faz o maior sucesso nas casas de shows e já participou até de um programa da Rede Globo." Essa estória de dizer que foram baixados 100.000 músicas e foram deixados de vender 100.000 CD's, isso não existe!".
Ele ainda reforça que " hoje em dia gasta-se muito mais em recursos jurídicos para combater a quebra de direitos , do que em pensar novos modelos de negócios que possam gerar muito mais recursos, do que esses R$ 0,40, que o cara baixaria ou deixaria a de baixar, vai representar de prejuízo. "
Crimes e Leis de regulação do uso da internet
Outra
coisa comum é encontrar pessoas comprando CD's piratas na praia ,ou
baixando imagens para trabalhos da escola ou faculdade e Uirá diz que
isso acontece por falta de conhecimento, mas na verdade é crime. Segundo
o secretário, as principais leis que vão regulamentar direitos e
deveres na internet são o Marco civil e a Lei de Direitos Autorais. O
Marco Civil da internet está mais adiantada. A lei se encontra na Câmara
dos deputados e foi formada uma comissão especial para acompanhar esse
processo. A lei de Direitos Autorais está na Câmara e vai para a Casa
Civil. Antes dessas duas leis, foi proposta a Lei Azeredo, que limitava e
tipificava crimes. Uirá discorda em alguns pontos da Lei Azeredo, pois
segundo ele não faz sentido tipificar crimes, sem antes saber a
limitação de quem são os direitos e deveres. Uirá reforça que essas leis
colocam o Brasil à frente de outros países no mundo, em termos de
legislação da internet. "O Brasil vai ter a legislação mais avançada do
planeta", comemora.
A participação da sociedade
Uirá
Porã considera que o aspecto principal de toda essa discussão é a
participação da sociedade. " Não faz sentido trabalhar o digital sem a
participação da sociedade. Nós, pessoas comuns , precisamos nos
posicionar, esclarecer, conversar em casa, no trabalho sobre isso e
trazer essa discussão à tona porque senão alguém vai trazer uma regra ou
legislação que não vai fazer o menor sentido pra nossa vida e nós vamos
ter que aceitar. E a internet está aí pra isso, para trazer espaço,
para discutir e fazer valer os nossos direitos e deveres", conclui.
Sobre o ComitêO Comitê Fortaleza Digital e Criativa foi criado em 2008 com o objetivo de pensar políticas, acompanhar o processo de criação de leis, apoiar e desenvolver o setor de tecnologia criativa . O Fortaleza Digital e criativa faz também o acompanhamento das ações da prefeitura nessa área e procura estar informado com que está acontecendo na sociedade. Inicialmente o comitê foi criado pensando só no pólo tecnológico e depois de uma reestruturação que aconteceu ano passado, passou trabalhar em outros setores, principalmente incentivando a participação da sociedade no debate.
O
Ciberdebates contou ainda com as presenças do jornalista Emílio Moreno e
do Advogado e analista de sistemas Gleydson Lima, que participaram da
mesa de discussões.
Texto: Rosanni Guerra.
Texto: Rosanni Guerra.
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