terça-feira, 18 de novembro de 2014

Economia da atenção é tema do Ciberdebates de 2014.2



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A Economia da Atenção esteve em discussão nessa quinta-feira, 13, no Ciberdebates 2014.2. A disputa pela atenção do usuário na internet, as melhores formas para conquistar esse público, como ser um bom estrategista com a publicidade nas redes, pesquisa e checagem de informação, foram alguns dos assuntos abordados no evento que aconteceu nesta quinta-feira, no Auditório da Biblioteca da Universidade de Fortaleza (Unifor).

O evento teve como objetivo principal a reflexão sobre assuntos ligados ao ciberespaço e a cibercultura. A discussão girou em torno dos modos como a Mídia, o Jornalismo e a Publicidade têm agido para chamar a atenção dos internautas para suas publicações e como estes têm tentado se proteger desse assédio.

O debate foi aberto pelo professor Eduardo Freire que explicou o papel do jornalista no atual cenário das redes sociais. “A oferta de informação está cada vez maior. Com as facilidades que se tem hoje, todo mundo produz. Hoje, quando você quer se informar, você não procura um blog, twitter ou facebook de alguém, você procura algum veículo com credibilidade. Nesse sentido, o jornalismo ganha relevância. O papel do jornalista, na rede social, é checar e dar a informação qualificada”, afirmou.

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Eduardo Freire fala sobre o papel do jornalista nas redes sociais. Foto: Marília Ceres

Na sequência, os participantes ouviram a explanação do gestor de marketing digital e publicitário Mael Costa, que falou sobre as estratégias que devem ser usadas por quem deseja alcançar um público alvo na internet. “É preciso captar de fora. Na internet, estamos numa verdadeira guerra. Conquistar um público de fora e trazer para a internet. Essa é uma das dicas que dou a quem deseja ter público fiel na rede social”, explicou.

Com o avanço tecnológico e adesão de um número maior de pessoas às redes sociais e internet como um todo, está ficando cada vez mais difícil, manter “seguidores” fieis nas redes. Mael Costa, especialista em mídias sociais, ressalta que o Facebook é uma rede de massa. Mostrou os números de usuários no Brasil. E entrou na questão de grandes empresas pagarem para colocar a rede social na lista das mais acessadas. Citou exemplos como as páginas Nação Nordestina e da Prefeitura de Curitiba.

Mael Costa destaca cuidados que usuários precisam ter nas redes sociais. Foto: Marília Ceres

Segundo Mael, as páginas têm uma linguagem jovem, com isso atrai a atenção do público. O entrevistado, em resposta a um questionamento de uma aluna sobre a experiência que teve no shopping Iguatemi, falou que se deve ter muito cuidado com a forma como se escreve na rede social Facebook, principalmente quando se está representando uma marca.

Já o publicitário Adriano Medeiros, falou que a melhor forma de se ter a atenção do público na internet é achar o caminho do coração das pessoas. “Quando um negócio não dá certo, temos a mania de pensar que precisamos repensá-lo. Na verdade, precisamos recriá-lo. O que se tem que achar hoje é o caminho do coração das pessoas. Não é uma questão monofásica”. Para ele, o termo economia da atenção está ligado com o ato de escolher bem para quem se deseja comunicar. “É preciso conhecer bem o seu público. Não podemos mais atirar para todos os lados. É uma busca por quem se deseja fidelizar”, destacou.

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Adriano Medeiros destaca que é preciso conhecer bem o público antes de conquistá-lo. Foto: Iara Sá
Para a estudante de Publicidade e Propaganda Hanna Negrão, as pessoas sentem dificuldade de absorver o conteúdo que lêem na internet. “Com a evolução da internet, as pessoas estão cada vez com mais dificuldade de se prender a alguma coisa, a partir do momento que se lança uma propaganda e em pouquíssimo tempo já aparece outra. Então, para a pessoa conseguir memorizar um produto, uma marca ou um serviço é muito complicado. Acho que tanto os publicitários quantos os jornalistas estão sempre em busca de como prender a sua atenção”, afirmou.

A estudante ainda elogiou o evento. “Eu acho esse tema super importante de ser discutido e debatido, principalmente nessas duas áreas, Jornalismo e Publicidade e Propaganda, porque a gente vai sair daqui, vai entrar no mercado e vai ter que saber lhe dar com essa nova situação dos consumidores e das vendas”, destacou.

O também estudante de Publicidade e Propaganda, Clayton Boris, parabenizou o evento, e em relação ao tema, falou que é necessário ter um trabalho mais diferenciado e segmentado para poder tirar o melhor resultado. “O que eu entendo é que hoje o volume de informação está realmente muito grande. Você tem que ter bastante cuidado, porque esse volume de informação faz com que você fique despeço e acabe não se concentrando”, disse.

O encontro marca a quarta edição do projeto, somente esse ano. O Ciberdebates é uma produção dos alunos das disciplinas de Oficina em Jornalismo e de Sociedade da Informação e Novas Tecnologias, ministradas pelos professores Eduardo Freire e Alessandra Oliveira, respectivamente. A iniciativa foi aberta ao público e transmitida ao vivo pelo canal do UStream e pelas redes sociais: Facebook, Twitter e Instagram. Quem participou do evento presencialmente teve direito a um certificado válido para aproveitamento parcial da disciplina de Atividades Complementares.

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Na mesa, os debatedores Adriano Medeiros, Mael Costa e Eduardo Freire. Foto: Iara Sá
Clique aqui e confira toda a cobertura do evento em áudio. Quer também visualizar as imagens com a cobertura fotográfica de todo o evento, acesse aqui.

Sobre os debatedores

Eduardo Freire é designer gráfico e jornalista, graduado pela Universidade de Fortaleza, e doutorando em Comunicação e Cultura Contemporânea pela UFBA. Também foi editor de arte do Diário do Nordeste e do Diário Plus.

Mael Costa estudou publicidade. É o atual gestor de marketing digital na Faculdade Ateneu e locutor na Órbita Rádio. Trabalhou na Leme Soluções e Estratégias como digital marketing manager, na Gracom+ como gestor de marketing digital, foi social media marketing no Shopping Iguatemi e foi analista de marketing na AD2M.

Adriano Medeiros é publicitário e diretor geral da A+ Business Criativo, é sócio fundador da A+ Comunicação e Marketing, formado em Publicidade e Propaganda pela Unifor, tem pós graduação em Gestão da Comunicação pela USP/SP e em Administração pela  FGV/SP e MBA em Gestão de Negócios – IBMEC.

Uma ausência sentida foi a do jornalista Michel Victor que estava oficialmente confirmado para participar do debate, mas não pôde comparecer, sendo substituído pelo jornalista e professor Eduardo Freire.

Apesar da ausência, por motivos de “força maior”, Michel Victor, jornalista formado pela Universidade de Fortaleza, e atualmente coordenador de Projetos Especiais Web e Seo no O Povo, respondeu a nossa equipe por e-mail acerca do assunto abordado no Ciberdebates de hoje. Ele dá uma dica de como o jornal procura manter a atenção de seu público: “a premissa básica é qualidade de conteúdo apresentado ao leitor. O Foco se dá em textos inteligentes e objetivos, quando necessário, ou textos mais aprofundados, por meio de pesquisas, análises e outros recursos jornalísticos que ampliem a informação disponibilizada ao nosso público. Além da escrita, apostamos em outras ferramentas disponíveis para facilitar, dinamizar ou ampliar a leitura, assim como fotos, Infográficos, vídeos, tabelas, ventilações entre outras diversas”, relata Michel.

Ainda segundo ele, as redes sociais têm um papel fundamental, e com isso, acaba atuando de diversas formas, como por exemplo, “vitrine/difusora de conteúdo, relacionamento/interação com o leitor e também como termômetro dos assuntos abordados pelo Grupo O POVO”.

Michel finaliza, fazendo uma abordagem sobre quais as estratégias são utilizadas pelos jornais, e quais as diferenças entre o Jornal O Povo e os demais jornais para chamar a atenção do público leitor. “O ‘pensar fora da caixa’ pode parecer clichê, mas trata-se de uma essência do Grupo O POVO, em qualquer plataforma. A partir desse pensamento trazemos conteúdos, ferramentas, apresentações gráficas, coberturas diferenciadas e entre outras para nossas audiência. As estratégias são a qualidade, diversificação/pluralidade, experiências transmídias, diálogo direto com nossa audiência, conteúdos exclusivos, coberturas especiais entre outras”, afirma.

Texto: Douglas Pinto, Raphael Moura, Vitor Lutif e Lise Ane.

Ciberdebates no instagram




Aconteceu na última quinta-feira, 13 de novembro, o Ciberdebates como o tema: Economia da atenção evento realizado pelas disciplina oficina de jornalismo. Esse evento aconteceu no auditório da biblioteca e teve uma trasmissão online em diversas plataformas como: twitter, Facebook, Ustream e Instagram. As publicações usava a hashtag #ciberdebates na página, e os posts também ilustrava os momentos importantes do evento com a recepção, apresentação dos convidados e o debate final.       
 O instagram veio para complementar a cobertura, sendo feita de uma forma mais leve e dinâmica. Todas as fotos estão no http://instagram.com/ciberdebatesunifor



   Por: Lívia Holanda

Ciberdebate "Economia da Atenção": áudios

Fiquei responsável pela gravação do evento. Fragmentei o debate em cinco partes de tempo quase igual. Nos áudios é possível escutar tudo que foi discutido durante o evento, que durou cerca de 1h30.

Todos os áudios foram postados no SoundClound e os links estão abaixo:

Parte 1 







Por: Marcella Ruchet



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Economia da atenção é o tema do Ciberdebates 2014 na Unifor

A Universidade de Fortaleza (Unifor), com a produção dos alunos da disciplina Oficina em Jornalismo, realiza nesta quinta-feira (13) mais um Ciberdebates com tema “Economia da Atenção”. A edição 2014 conta com a participação de três debatedores: o gestor de marketing Mael Costa, o publicitário Adriano Medeiros e o jornalista e professor da disciplina Eduardo Freire.

A 10ª edição do evento tem como objetivo principal a reflexão sobre assuntos ligados ao ciberespaço e a cibercultura. A discussão vai girar em torno dos modos como a Mídia, o Jornalismo e a Publicidade têm agido para chamar a atenção dos internautas para suas publicações, e como estes têm tentado se proteger deste assédio.

O Ciberdetabes é aberto ao público. Será transmitido ao vivo pelo canal do UStream (http://www.ustream.tv/user/ciberdebates-unifor) e pela as redes sociais Facebook, Tweeter e Instagram. Quem participa do evento presencialmente tem direito a um certificado que é válido para aproveitamento na disciplina Atividades Complementares.



NOTA!


Eduardo Freire substitui, na roda de entrevistados, o jornalista e editor de conteúdo digital do O POVO Michel Victor que não pode comparecer por motivos de problemas pessoais.

Por: Raphael Moura

sábado, 26 de abril de 2014

André Lemos explica a teoria Ator-Rede

André Lemos. Foto: Cristina Modenese.

Nesta edição do Ciberdebates, que ocorreu nesta última sexta-feira (25 de abril), André Lemos abordou a teoria Ator-Rede, presente no seu livro “A comunicação das coisas. Teoria ator-rede e cibercultura”. O conceito é explicado basicamente pelo hífen, que faz a interligação entre coisas (objetos e humanos), gerando as relações entre eles. Enquanto que a Internet das Coisas faz compreender a nova fase da internet.

André Lemos destacou três pontos para a compreensão do estudo: a internet, a coisa e o hífen. A internet consistindo num sistema em rede que conecta pessoas aos objetos e vice-versa. A “coisa” referindo à todas as coisas, literalmente, pois, para André Lemos, tudo pode ser analisado pela teoria Ator-Rede. E o “hífen” consistindo na ligação da internet ao objeto. 

A denominação Ator-Rede trata a rede como mediadora na inter-relação entre humanos e não humanos, considerando as “coisas” com identidade. Lemos destaca que a comunicação também pode ocorrer entre os objetos, onde um objeto comunica outro objeto para só então passar a informação para uma pessoa. É uma espécia de filosofia orientada ao objeto, firmando um contrato virtual e presencial sem muita diferenciação entre si. De acordo com seu estudo, o humano está tão interligado à rede - ao espaço virtual - que os dois segmentos (ator e rede) passam a integrar um só organismo, sendo, pois, o ator-rede.


Texto: Giovânia de Alencar

Objetos que interferem na personalidade humana

Adriana Santiago e André Lemos. Foto: Cristina Modenese.

Os papeis dos objetos na personalidade e nas relações humanas foi um ponto destacado neste Ciberdebates, que teve como tema central a Internet das Coisas. Até que ponto a internet pode ser considerada boa na vida social? Levantamentos sobre vigilância, democracia, cidadania, política, ética, moral, são, inclusive, pontos destacados neste último livro de André Lemos, que se chama “A comunicação das coisas. Teoria ator-rede e cibercultura”.

Questionado sobre a influência que a internet pode ter sobre a personalidade do indivíduo, modificando-o diretamente, André Lemos parece muito convicto ao explanar que tudo interfere na formação das pessoas e a internet não poderia ficar de fora. “As pessoas estão sempre em construção, elas se formam através dos objetos”. Para ele, o indivíduo, em sua essência, não tem característica alguma; evidenciando um exemplo do evento mais simples e primeiro dos homens, que é o ato de nascer. As pessoas já são colocadas no mundo geralmente dentro de hospitais, recebendo vacina e cuidados higiênicos, tais ações deixam clara a inserção do homem em um ambiente fora de sua naturaza. “Humanos precisam construir para habitar”, ressalta.

Lemos esclarece que sujeito e objeto sempre serão híbridos e que os objetos atuam diretamente na formação das pessoas. Ele explica que os objetos inteligentes passam a ganhar qualidades infocomunicacionais, interferindo nas relações e reações das pessoas de acordo com as respostas que os objetos transmitem, fazendo-se necessário compreender essas novas funções dos objetos que nos colocam em causa.

Seja livro, filmes, programas de tevê ou internet, toda mídia irá preencher o imaginário dos indivíduos, contribuindo na construção da personalidade de cada um. O escritor explica que aparentemente os objetos são os mesmos, se comparados entre si. Mas eles estão dotados de capacidade infocomunicacionais que colocam as pessoas à prova o tempo inteiro. “O problema não é o objeto, mas sim como as pessoas os utilizam e se relacionam. Toda ação está implicada na relação com o objeto”.

O vínculo com a internet muda as relações das coisas, pessoas e objetos, e a rede passa a ter elevada autonomia sobre as ações e sentimentos das pessoas. Isto, de algum modo, acaba interferindo nas relações humanas que, para André Lemos, é o ponto que mais importa em seus estudos. “Não importa saber sobre os objetos, mas sim como ele nos afetam”. Ele explica que “não existe artefato sem humano”, bem como os artefatos só são construídos através das pessoas. O sujeito que lê muito não diz muito sobre si, somente o conteúdo das obras que compõe seus livros irão falar um pouco mais de sua personalidade. Os que assistem tevê só admitirão potencialidade de julgamento, acerca de suas personalidades, se forem julgados os programas que são assistidos por eles. Portanto, não é possível estabelecer que o vínculo demasiado da internet operando nas relações da sociedade com os objetos venha a ser algo bom ou ruim, tudo vai depender do uso que cada pessoa exerce sobre ela.



Objetos não conseguem revelar todos os segredos. Nós estamos numa sociedade que existe uma grande profusão de objetos e a gente não entende direito o que é o objeto. Eles sabem quem são, sabem ondem estão, eles falam com outros objetos e o que os outros objetos reagem é sentido por eles. É como se eles ganhassem capacidade de vida.




Texto: Giovânia de Alencar

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Internet das coisas: o que é isso?

André Lemos discursa no Ciberdebates. Foto: Cristina Modenese.
O segundo Ciberdebates deste semestre, que ocorreu na manhã desta sexta-feira (25 de abril), teve como tema central a Internet das Coisas. O termo foi esclarecido por André Lemos, que é desenvolvido em seu livro “A comunicação das coisas. Teoria ator-rede e cibercultura”.

A Internet das Coisas implica na relação que os objetos tecnológicos passam a ter na vida das pessoas, de modo a influenciar nas ações, nas escolhas e nos sentimentos de cada indivíduo. Neste universo os objetos, conectadas à rede, acabam interagindo com outros objetos e pessoas, respondendo de tal forma que se assemelha a um organismo vivo, formando uma vida social entre humanos e não-humanos.

André Lemos defende que o termo Internet das Coisas e Internet de Todas as Coisas são os mais utilizados pela Academia, Indústrias e Órgãos Tecnológicos. Ele ressalta ser um posicionamento errôneo classificar a relação do homem com a internet como Internet das Pessoas ou Internet dos Objetos. Para ele, isto acaba restringindo a abrangente referência que o termo possui. O escritor acredita que todas as coisas são híbridas em se tratando do sujeito com o objeto, por isso não pode haver esse distanciamento, um influi no outro, modificando-o, involuntariamente.

Ele justifica a escolha pela nomenclatura Internet das Coisas como sendo a mais coerente a ser utilizada atualmente, tendo em vista as várias possibilidades de interpretações e consentimento das pessoas para com o seus objetos, que passam a considerá-los de formas diferentes, atribuindo valores distintos.

André Lemos explica a Internet das Coisas como uma nova fase da internet e  um progresso natural da automatização das redes telemáticas interligadas a objetos que passam a se comportar de maneira autônoma.

Confira o podcast abaixo, em que são melhores esclarecidos a denominação e os termos desencadeados por ele, como o Ator-Rede:




Texto: Giovânia de Alencar