quinta-feira, 18 de abril de 2013

Podcast Ciberdebates: Interesse Público X Interesse do Público


Clique no play e confira o podcast do primeiro Ciberdebates de 2013.1. 



Produção: Cibele Marinho, Ícaro Paio e Vinícius Moreira.
Orientação: Adriana Santiago.
Edição: Robson Sérgio.

O público influencia a pauta

Gustavo Negreiros, editor de capa do Diário Online,
 participou do primeiro Ciberdebates de 2013.
 Foto: Farley Aguiar

Os veículos de comunicação não podem fechar os olhos para o que o público gosta, de acordo com Gustavo Negreiros, editor de capa do Diário online. Gustavo foi um dos convidados para o  primeiro Ciberdebates  de 2013, que discutiu interesse público e interesse do público, na manhã do dia 11 de abril, no Auditório da Biblioteca da Unifor. Negreiros ressaltou ainda a importância da sensibilidade do profissional: “o jornalista precisa ter noção do que merece ser notícia. Essa é a melhor qualidade que ele pode ter.” Entre os critérios de noticiabilidade mais destacados na cobertura jornalística diária estão o hiperlocal (cotidiano), nacional, internacional e o que o público gosta.  


Citando McLuhan, o jornalista afirma que os meios fazem com que a mensagem se modifique, sendo adaptada de acordo com o seu canal de veiculação. Nas redes sociais do Diário do Nordeste, por exemplo, notícias da editoria de Polícia não têm um bom retorno do público quando divulgadas no Twitter, diferente do Facebook, que atrai curtidas, compartilhamentos e comentários. Na estatísticas do jornal, quase 95% dos leitores estão no Facebook, o que proporciona uma nova vivência em Jornalismo.

Segundo Gustavo, a internet ainda é uma grande e complexa experiência, exigindo dos profissionais um estudo cada vez maior das ferramentas e de como elas podem ser utilizadas no meio jornalístico. Embora o ritmo nas redações seja agitado, muitas vezes é preciso parar e analisar se vale a pena produzir a notícia. 

No vídeo, Gustavo Negreiros fala da importância de debater essa temática ainda na Universidade:



Texto:Jordânia Caetano e Lorena Cardoso. 

quarta-feira, 17 de abril de 2013


Hélcio Brasileiro. Foto: Ravena Sombra
O primeiro Ciberdebate de 2013, evento feito pelos alunos do curso de jornalismo da Unifor, abordou o tema interesse público x interesse do público. Os jornalistas convidados para discutir o assunto foram: Rafael Negreiros, professor do curso de jornalismo da Faculdade 7 de Setembro, Gustavo Negreiros, editor do Diário do Nordeste Online e Hélcio Brasileiro, editor do portal Tribuna do Ceará.
Abordando o tema interesse público versus interesse do público, Hélcio Brasileiro explicou aos alunos que para ser um bom jornalista é preciso buscar o diferencial: "Se eu faço o que todos fazem, sou apenas mais um." Com a afirmação, Hélcio quis destacar que quem faz o profissional de qualidade e credibilidade somos nós mesmos. O jornalista ainda faz um questionamento: “Como faço pra ser bem sucedido?” A resposta foi clara, “depende de você!”, afirmou com convicção. Não devemos apenas nos contentar com o que já temos, devemos procurar além, isso é o que nos faz ser um destaque, um profissional que o mercado busca. Além disso, Hélcio ainda falou sobre a queda de visualizações dos portais, já que os leitores preferem visualizar as notícias por meio das redes sociais, tornando a informação mais prática, rápida e específica.
Foi uma experiência bastante proveitosa, tanto para os palestrantes, que puderam expor suas opiniões a respeito do que eles julgavam ser interesse público ou do público, quanto para os alunos que participaram do debate, onde puderam discutir sobre o tema, ouvir profissionais com muita experiência na área e aprender a diferenciar conteúdos. Por fim, o jornalista Hélcio deixou uma mensagem que refletiu os seus 10 anos de trabalho com internet: “Notícia importante é a matéria que eu quero”, o que mostra que somos nós, profissionais, que decidimos o que pode ser de interesse público ou não, vai depender apenas de como o assunto será abordado.

Por: Juliana Queiroz e Patrícia Holanda


terça-feira, 16 de abril de 2013

Professor de comunicação, Rafael Rodrigues, discute a relação entre o jornalista e o público

Ciberdebates 2013: Interesse público x interesse do público. 
Foto: Farley Brasil.
O que faz uma notícia ser publicada com o título “Caetano Veloso estaciona carro no Leblon nesta quinta feira?” Quais os critérios de noticiabilidade são utilizados nas publicações? Esses e outros questionamentos estiveram em pauta, dia 11 de abril, durante o Ciberdebates 2013, evento semestral realizado pelos estudantes do curso de jornalismo da Universidade de Fortaleza.

A questão sobre como se tornar notícia foi discutida pelo editor do portal Tribuna do Ceará, Hélcio Brasileiro; o professor do curso de jornalismo da Faculdade 7 de Setembro e pesquisador de ambientes digitais, Rafael Rodrigues, e o editor do Diário do Nordeste Online, Gustavo Negreiros.

A importância em discutir a cibercultura e o jornalismo digital dentro da própria Universidade foi enfatizada pelo professor Rafael Rodrigues. De acordo com o pesquisador, a ideia do Ciberdebate é um tópico necessário, pois o interesse do público muda constantemente, sendo o campus um espaço para reflexão. “Essa discussão deve ser feita no âmbito da Universidade. Aqui tem condição de sempre recolocar e sempre trazer a questão e atualizar essa discussão”, ressalta.

Entrevista na íntegra com Rafael Rodrigues:

Lucas e Airton: Qual a importância de trazer esse debate para as universidades?

Rafael Rodrigues: “Acho muito oportuno que a gente possa discutir essa relação do jornalista com o público, ou públicos. A relevância disso está mesmo na necessidade de discutir um novo perfil profissional que o jornalista vai assumir e tende a assumir. Porque ele não está mais sozinho, ele precisa dessas pessoas, mas essa é uma relação conflituosa e é uma relação que detém muitas lacunas. Então eu penso que o Ciberdabate de hoje foi em um ponto muito urgente, que a gente precisa está discutindo e rediscutindo. Porque essa ideia de um público, ou de públicos ela é muito volátil, como ondas que vão e vem e essas preferências mudam, então essa discussão deve ser feita no âmbito da Universidade. Aqui tem condição de sempre recolocar e sempre trazer a questão e atualizar essa discussão. Fora isso, o evento foi super bem organizado, os convidados foram bem escolhidos: gente de mercado, da academia. Acho que tudo isso fez o sucesso da iniciativa”.

L e A: É possível separar o que é de interesse público e do público?

R.R: “Essa divergência de interesses da empresa jornalística e do público, ou desses públicos, enfim, do usuário, como você queira chamar, essa divergência ela é constitutiva do jornalismo, ela é histórica. Está sendo reinventada pela internet porque o usuário ganha uma autonomia para dizer que está insatisfeito com a cobertura, que o apresentador é feio, ou bonito, ou que essa matéria está muito mal feita. A voz está se ouvindo hoje, quer dizer, a voz se tornou audível, mas as divergências já existiam desde às cartas do leitor, quando o cara perdia o tempo dele escrevendo para dizer que não concordava, ou concordava com a Veja, ou não sei quem. Essa divergência é constitutiva do jornalismo porque o jornalismo nunca vai ter condições de servir como retrato fiel da sociedade, ele sempre vai promover recortes, simplificações. O nosso papel como jornalista é tentar minimizar essas simplificações, ou tentar tomar uma posição mais clara em relações a esses conteúdos. Então eu vou dizer: “Eu quero fazer segmentação, eu quero fazer esse tipo de conteúdo para esse público, então vou correr o menor risco de, por exemplo, deixar de dar uma notícia importante se eu me foco, ou me concentro em um segmento específico. Eu não estou dizendo que a segmentação é a solução para os males do jornalismo e nem vai resolver esses problemas de convivência com o público. Mas é uma maneira de a gente procurar amenizar, prestar um serviço de melhor qualidade para esse público.” A colaboração é outra saída, a colaboração responsável, coerente, qualificada. Pode dar ao jornalismo um status mais interessante, um status mais próximo desse público. Por exemplo: “Eu vou escrever uma matéria sobre física quântica, eu não sei nada sobre o assunto. Se eu tenho um especialista que colabora comigo, como o jornalismo sempre fez, procura as pessoas que sabem sobre o assunto, um professor... A gente minimiza esses problemas, ou pelo menos, consegue tornar esse assunto mais compreensível para o público.” Na verdade é difícil achar uma resposta para essa pergunta, mas eu penso que tem alguns pontos de luz que a gente pode seguir.”

Reportagem: Lucas Pessoa e Airton Baquit

Interesse público x interesse do público: um dilema jornalístico?


Auditório ficou lotado de estudantes. Foto: Farley Aguiar
A nova edição do Ciberdebates, evento realizado pela disciplina de Oficina de Jornalismo, intitulada “Interesse público x interesse do público”, abordou se os padrões estudados nas faculdades de jornalismo e os critérios de noticiabilidade da atualidade ainda são válidos.  O debate reuniu, na manhã de hoje, convidados e alunos para o debate que foi realizado no Auditório da Biblioteca da Unifor.

Os debatedores foram os jornalistas Rafael Rodrigues, professor do curso de jornalismo da Faculdade 7 de Setembro, Gustavo Negreiros, editor do Diário do Nordeste Online, e Hélcio Brasileiro, editor do portal Tribuna do Ceará.

O primeiro Ciberdebate do ano iniciou com a fala do professor e jornalista Rafael Rodrigues, que deu um enfoque mais teórico à questão. Ele afirmou que “o jornalista não se abstêm do seu papel de produzir a notícia, mas, ao mesmo tempo, ele tem de escutar o seu público leitor”. Além disso, Rafael enfatizou que o jornalismo não é mais homogêneo como era antes, o público diz e mostra o que quer saber, e é papel do jornalista pensar e ver se o assunto pode ser considerado notícia.

Turma que organizou o Ciberdebates. Foto: João Bandeira
 Segundo o professor, os valores-notícia que são utilizados hoje são questionáveis, pois têm questões históricas envolvidas neles, sendo estes uns dos conceitos do que pode ser notícia. “O valor notícia é uma convicção que os jornalistas têm, eles têm que ser constantemente revisados”, ratificou.

O editor do Diário do Nordeste Online, Gustavo Negreiros, começou dizendo que a forma de fazer jornalismo está se modificando e que por isso “os critérios de noticiabilidade estão se tornando diferentes para cada tipo de meio de comunicação, pois os leitores buscam uma leitura diferente para cada veículo”. De acordo com ele, o que os jornalistas de hoje têm que saber é o que é importante para ser publicado, o que o público vai querer ler.

Hélcio Brasileiro fala aos alunos. Foto: Farley Arguiar
Hélcio Brasileiro, editor do portal Tribuna do Ceará, ressaltou que as empresas de comunicação online estão vivendo um dilema, pois as pessoas pararam de acessar os links, elas só leem as matérias pelo Facebook, por exemplo, em vez de ir para o portal, o que faz com que as empresas percam visualizações e, consequentemente, anunciantes. Após a fala dos convidados, foi aberta a participação do público para interagir com os convidados, tanto com perguntas pela internet, quanto com perguntas ao vivo.

O aluno do curso de jornalismo da Unifor, Hamlet Victor fala sobre a importância de se debater um tema que aborda o que é e não é importante como notícia. “Compareci ao evento por ser um tema bastante atual e que merece discussão. Com os portais de notícia cheios de assuntos totalmente irrelevantes, é preciso entender e buscar alternativas para melhorar o cenário do jornalismo atual”.

Texto: Lia Sequeira