terça-feira, 18 de novembro de 2014

Economia da atenção é tema do Ciberdebates de 2014.2



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A Economia da Atenção esteve em discussão nessa quinta-feira, 13, no Ciberdebates 2014.2. A disputa pela atenção do usuário na internet, as melhores formas para conquistar esse público, como ser um bom estrategista com a publicidade nas redes, pesquisa e checagem de informação, foram alguns dos assuntos abordados no evento que aconteceu nesta quinta-feira, no Auditório da Biblioteca da Universidade de Fortaleza (Unifor).

O evento teve como objetivo principal a reflexão sobre assuntos ligados ao ciberespaço e a cibercultura. A discussão girou em torno dos modos como a Mídia, o Jornalismo e a Publicidade têm agido para chamar a atenção dos internautas para suas publicações e como estes têm tentado se proteger desse assédio.

O debate foi aberto pelo professor Eduardo Freire que explicou o papel do jornalista no atual cenário das redes sociais. “A oferta de informação está cada vez maior. Com as facilidades que se tem hoje, todo mundo produz. Hoje, quando você quer se informar, você não procura um blog, twitter ou facebook de alguém, você procura algum veículo com credibilidade. Nesse sentido, o jornalismo ganha relevância. O papel do jornalista, na rede social, é checar e dar a informação qualificada”, afirmou.

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Eduardo Freire fala sobre o papel do jornalista nas redes sociais. Foto: Marília Ceres

Na sequência, os participantes ouviram a explanação do gestor de marketing digital e publicitário Mael Costa, que falou sobre as estratégias que devem ser usadas por quem deseja alcançar um público alvo na internet. “É preciso captar de fora. Na internet, estamos numa verdadeira guerra. Conquistar um público de fora e trazer para a internet. Essa é uma das dicas que dou a quem deseja ter público fiel na rede social”, explicou.

Com o avanço tecnológico e adesão de um número maior de pessoas às redes sociais e internet como um todo, está ficando cada vez mais difícil, manter “seguidores” fieis nas redes. Mael Costa, especialista em mídias sociais, ressalta que o Facebook é uma rede de massa. Mostrou os números de usuários no Brasil. E entrou na questão de grandes empresas pagarem para colocar a rede social na lista das mais acessadas. Citou exemplos como as páginas Nação Nordestina e da Prefeitura de Curitiba.

Mael Costa destaca cuidados que usuários precisam ter nas redes sociais. Foto: Marília Ceres

Segundo Mael, as páginas têm uma linguagem jovem, com isso atrai a atenção do público. O entrevistado, em resposta a um questionamento de uma aluna sobre a experiência que teve no shopping Iguatemi, falou que se deve ter muito cuidado com a forma como se escreve na rede social Facebook, principalmente quando se está representando uma marca.

Já o publicitário Adriano Medeiros, falou que a melhor forma de se ter a atenção do público na internet é achar o caminho do coração das pessoas. “Quando um negócio não dá certo, temos a mania de pensar que precisamos repensá-lo. Na verdade, precisamos recriá-lo. O que se tem que achar hoje é o caminho do coração das pessoas. Não é uma questão monofásica”. Para ele, o termo economia da atenção está ligado com o ato de escolher bem para quem se deseja comunicar. “É preciso conhecer bem o seu público. Não podemos mais atirar para todos os lados. É uma busca por quem se deseja fidelizar”, destacou.

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Adriano Medeiros destaca que é preciso conhecer bem o público antes de conquistá-lo. Foto: Iara Sá
Para a estudante de Publicidade e Propaganda Hanna Negrão, as pessoas sentem dificuldade de absorver o conteúdo que lêem na internet. “Com a evolução da internet, as pessoas estão cada vez com mais dificuldade de se prender a alguma coisa, a partir do momento que se lança uma propaganda e em pouquíssimo tempo já aparece outra. Então, para a pessoa conseguir memorizar um produto, uma marca ou um serviço é muito complicado. Acho que tanto os publicitários quantos os jornalistas estão sempre em busca de como prender a sua atenção”, afirmou.

A estudante ainda elogiou o evento. “Eu acho esse tema super importante de ser discutido e debatido, principalmente nessas duas áreas, Jornalismo e Publicidade e Propaganda, porque a gente vai sair daqui, vai entrar no mercado e vai ter que saber lhe dar com essa nova situação dos consumidores e das vendas”, destacou.

O também estudante de Publicidade e Propaganda, Clayton Boris, parabenizou o evento, e em relação ao tema, falou que é necessário ter um trabalho mais diferenciado e segmentado para poder tirar o melhor resultado. “O que eu entendo é que hoje o volume de informação está realmente muito grande. Você tem que ter bastante cuidado, porque esse volume de informação faz com que você fique despeço e acabe não se concentrando”, disse.

O encontro marca a quarta edição do projeto, somente esse ano. O Ciberdebates é uma produção dos alunos das disciplinas de Oficina em Jornalismo e de Sociedade da Informação e Novas Tecnologias, ministradas pelos professores Eduardo Freire e Alessandra Oliveira, respectivamente. A iniciativa foi aberta ao público e transmitida ao vivo pelo canal do UStream e pelas redes sociais: Facebook, Twitter e Instagram. Quem participou do evento presencialmente teve direito a um certificado válido para aproveitamento parcial da disciplina de Atividades Complementares.

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Na mesa, os debatedores Adriano Medeiros, Mael Costa e Eduardo Freire. Foto: Iara Sá
Clique aqui e confira toda a cobertura do evento em áudio. Quer também visualizar as imagens com a cobertura fotográfica de todo o evento, acesse aqui.

Sobre os debatedores

Eduardo Freire é designer gráfico e jornalista, graduado pela Universidade de Fortaleza, e doutorando em Comunicação e Cultura Contemporânea pela UFBA. Também foi editor de arte do Diário do Nordeste e do Diário Plus.

Mael Costa estudou publicidade. É o atual gestor de marketing digital na Faculdade Ateneu e locutor na Órbita Rádio. Trabalhou na Leme Soluções e Estratégias como digital marketing manager, na Gracom+ como gestor de marketing digital, foi social media marketing no Shopping Iguatemi e foi analista de marketing na AD2M.

Adriano Medeiros é publicitário e diretor geral da A+ Business Criativo, é sócio fundador da A+ Comunicação e Marketing, formado em Publicidade e Propaganda pela Unifor, tem pós graduação em Gestão da Comunicação pela USP/SP e em Administração pela  FGV/SP e MBA em Gestão de Negócios – IBMEC.

Uma ausência sentida foi a do jornalista Michel Victor que estava oficialmente confirmado para participar do debate, mas não pôde comparecer, sendo substituído pelo jornalista e professor Eduardo Freire.

Apesar da ausência, por motivos de “força maior”, Michel Victor, jornalista formado pela Universidade de Fortaleza, e atualmente coordenador de Projetos Especiais Web e Seo no O Povo, respondeu a nossa equipe por e-mail acerca do assunto abordado no Ciberdebates de hoje. Ele dá uma dica de como o jornal procura manter a atenção de seu público: “a premissa básica é qualidade de conteúdo apresentado ao leitor. O Foco se dá em textos inteligentes e objetivos, quando necessário, ou textos mais aprofundados, por meio de pesquisas, análises e outros recursos jornalísticos que ampliem a informação disponibilizada ao nosso público. Além da escrita, apostamos em outras ferramentas disponíveis para facilitar, dinamizar ou ampliar a leitura, assim como fotos, Infográficos, vídeos, tabelas, ventilações entre outras diversas”, relata Michel.

Ainda segundo ele, as redes sociais têm um papel fundamental, e com isso, acaba atuando de diversas formas, como por exemplo, “vitrine/difusora de conteúdo, relacionamento/interação com o leitor e também como termômetro dos assuntos abordados pelo Grupo O POVO”.

Michel finaliza, fazendo uma abordagem sobre quais as estratégias são utilizadas pelos jornais, e quais as diferenças entre o Jornal O Povo e os demais jornais para chamar a atenção do público leitor. “O ‘pensar fora da caixa’ pode parecer clichê, mas trata-se de uma essência do Grupo O POVO, em qualquer plataforma. A partir desse pensamento trazemos conteúdos, ferramentas, apresentações gráficas, coberturas diferenciadas e entre outras para nossas audiência. As estratégias são a qualidade, diversificação/pluralidade, experiências transmídias, diálogo direto com nossa audiência, conteúdos exclusivos, coberturas especiais entre outras”, afirma.

Texto: Douglas Pinto, Raphael Moura, Vitor Lutif e Lise Ane.

Ciberdebates no instagram




Aconteceu na última quinta-feira, 13 de novembro, o Ciberdebates como o tema: Economia da atenção evento realizado pelas disciplina oficina de jornalismo. Esse evento aconteceu no auditório da biblioteca e teve uma trasmissão online em diversas plataformas como: twitter, Facebook, Ustream e Instagram. As publicações usava a hashtag #ciberdebates na página, e os posts também ilustrava os momentos importantes do evento com a recepção, apresentação dos convidados e o debate final.       
 O instagram veio para complementar a cobertura, sendo feita de uma forma mais leve e dinâmica. Todas as fotos estão no http://instagram.com/ciberdebatesunifor



   Por: Lívia Holanda

Ciberdebate "Economia da Atenção": áudios

Fiquei responsável pela gravação do evento. Fragmentei o debate em cinco partes de tempo quase igual. Nos áudios é possível escutar tudo que foi discutido durante o evento, que durou cerca de 1h30.

Todos os áudios foram postados no SoundClound e os links estão abaixo:

Parte 1 







Por: Marcella Ruchet



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Economia da atenção é o tema do Ciberdebates 2014 na Unifor

A Universidade de Fortaleza (Unifor), com a produção dos alunos da disciplina Oficina em Jornalismo, realiza nesta quinta-feira (13) mais um Ciberdebates com tema “Economia da Atenção”. A edição 2014 conta com a participação de três debatedores: o gestor de marketing Mael Costa, o publicitário Adriano Medeiros e o jornalista e professor da disciplina Eduardo Freire.

A 10ª edição do evento tem como objetivo principal a reflexão sobre assuntos ligados ao ciberespaço e a cibercultura. A discussão vai girar em torno dos modos como a Mídia, o Jornalismo e a Publicidade têm agido para chamar a atenção dos internautas para suas publicações, e como estes têm tentado se proteger deste assédio.

O Ciberdetabes é aberto ao público. Será transmitido ao vivo pelo canal do UStream (http://www.ustream.tv/user/ciberdebates-unifor) e pela as redes sociais Facebook, Tweeter e Instagram. Quem participa do evento presencialmente tem direito a um certificado que é válido para aproveitamento na disciplina Atividades Complementares.



NOTA!


Eduardo Freire substitui, na roda de entrevistados, o jornalista e editor de conteúdo digital do O POVO Michel Victor que não pode comparecer por motivos de problemas pessoais.

Por: Raphael Moura

sábado, 26 de abril de 2014

André Lemos explica a teoria Ator-Rede

André Lemos. Foto: Cristina Modenese.

Nesta edição do Ciberdebates, que ocorreu nesta última sexta-feira (25 de abril), André Lemos abordou a teoria Ator-Rede, presente no seu livro “A comunicação das coisas. Teoria ator-rede e cibercultura”. O conceito é explicado basicamente pelo hífen, que faz a interligação entre coisas (objetos e humanos), gerando as relações entre eles. Enquanto que a Internet das Coisas faz compreender a nova fase da internet.

André Lemos destacou três pontos para a compreensão do estudo: a internet, a coisa e o hífen. A internet consistindo num sistema em rede que conecta pessoas aos objetos e vice-versa. A “coisa” referindo à todas as coisas, literalmente, pois, para André Lemos, tudo pode ser analisado pela teoria Ator-Rede. E o “hífen” consistindo na ligação da internet ao objeto. 

A denominação Ator-Rede trata a rede como mediadora na inter-relação entre humanos e não humanos, considerando as “coisas” com identidade. Lemos destaca que a comunicação também pode ocorrer entre os objetos, onde um objeto comunica outro objeto para só então passar a informação para uma pessoa. É uma espécia de filosofia orientada ao objeto, firmando um contrato virtual e presencial sem muita diferenciação entre si. De acordo com seu estudo, o humano está tão interligado à rede - ao espaço virtual - que os dois segmentos (ator e rede) passam a integrar um só organismo, sendo, pois, o ator-rede.


Texto: Giovânia de Alencar

Objetos que interferem na personalidade humana

Adriana Santiago e André Lemos. Foto: Cristina Modenese.

Os papeis dos objetos na personalidade e nas relações humanas foi um ponto destacado neste Ciberdebates, que teve como tema central a Internet das Coisas. Até que ponto a internet pode ser considerada boa na vida social? Levantamentos sobre vigilância, democracia, cidadania, política, ética, moral, são, inclusive, pontos destacados neste último livro de André Lemos, que se chama “A comunicação das coisas. Teoria ator-rede e cibercultura”.

Questionado sobre a influência que a internet pode ter sobre a personalidade do indivíduo, modificando-o diretamente, André Lemos parece muito convicto ao explanar que tudo interfere na formação das pessoas e a internet não poderia ficar de fora. “As pessoas estão sempre em construção, elas se formam através dos objetos”. Para ele, o indivíduo, em sua essência, não tem característica alguma; evidenciando um exemplo do evento mais simples e primeiro dos homens, que é o ato de nascer. As pessoas já são colocadas no mundo geralmente dentro de hospitais, recebendo vacina e cuidados higiênicos, tais ações deixam clara a inserção do homem em um ambiente fora de sua naturaza. “Humanos precisam construir para habitar”, ressalta.

Lemos esclarece que sujeito e objeto sempre serão híbridos e que os objetos atuam diretamente na formação das pessoas. Ele explica que os objetos inteligentes passam a ganhar qualidades infocomunicacionais, interferindo nas relações e reações das pessoas de acordo com as respostas que os objetos transmitem, fazendo-se necessário compreender essas novas funções dos objetos que nos colocam em causa.

Seja livro, filmes, programas de tevê ou internet, toda mídia irá preencher o imaginário dos indivíduos, contribuindo na construção da personalidade de cada um. O escritor explica que aparentemente os objetos são os mesmos, se comparados entre si. Mas eles estão dotados de capacidade infocomunicacionais que colocam as pessoas à prova o tempo inteiro. “O problema não é o objeto, mas sim como as pessoas os utilizam e se relacionam. Toda ação está implicada na relação com o objeto”.

O vínculo com a internet muda as relações das coisas, pessoas e objetos, e a rede passa a ter elevada autonomia sobre as ações e sentimentos das pessoas. Isto, de algum modo, acaba interferindo nas relações humanas que, para André Lemos, é o ponto que mais importa em seus estudos. “Não importa saber sobre os objetos, mas sim como ele nos afetam”. Ele explica que “não existe artefato sem humano”, bem como os artefatos só são construídos através das pessoas. O sujeito que lê muito não diz muito sobre si, somente o conteúdo das obras que compõe seus livros irão falar um pouco mais de sua personalidade. Os que assistem tevê só admitirão potencialidade de julgamento, acerca de suas personalidades, se forem julgados os programas que são assistidos por eles. Portanto, não é possível estabelecer que o vínculo demasiado da internet operando nas relações da sociedade com os objetos venha a ser algo bom ou ruim, tudo vai depender do uso que cada pessoa exerce sobre ela.



Objetos não conseguem revelar todos os segredos. Nós estamos numa sociedade que existe uma grande profusão de objetos e a gente não entende direito o que é o objeto. Eles sabem quem são, sabem ondem estão, eles falam com outros objetos e o que os outros objetos reagem é sentido por eles. É como se eles ganhassem capacidade de vida.




Texto: Giovânia de Alencar

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Internet das coisas: o que é isso?

André Lemos discursa no Ciberdebates. Foto: Cristina Modenese.
O segundo Ciberdebates deste semestre, que ocorreu na manhã desta sexta-feira (25 de abril), teve como tema central a Internet das Coisas. O termo foi esclarecido por André Lemos, que é desenvolvido em seu livro “A comunicação das coisas. Teoria ator-rede e cibercultura”.

A Internet das Coisas implica na relação que os objetos tecnológicos passam a ter na vida das pessoas, de modo a influenciar nas ações, nas escolhas e nos sentimentos de cada indivíduo. Neste universo os objetos, conectadas à rede, acabam interagindo com outros objetos e pessoas, respondendo de tal forma que se assemelha a um organismo vivo, formando uma vida social entre humanos e não-humanos.

André Lemos defende que o termo Internet das Coisas e Internet de Todas as Coisas são os mais utilizados pela Academia, Indústrias e Órgãos Tecnológicos. Ele ressalta ser um posicionamento errôneo classificar a relação do homem com a internet como Internet das Pessoas ou Internet dos Objetos. Para ele, isto acaba restringindo a abrangente referência que o termo possui. O escritor acredita que todas as coisas são híbridas em se tratando do sujeito com o objeto, por isso não pode haver esse distanciamento, um influi no outro, modificando-o, involuntariamente.

Ele justifica a escolha pela nomenclatura Internet das Coisas como sendo a mais coerente a ser utilizada atualmente, tendo em vista as várias possibilidades de interpretações e consentimento das pessoas para com o seus objetos, que passam a considerá-los de formas diferentes, atribuindo valores distintos.

André Lemos explica a Internet das Coisas como uma nova fase da internet e  um progresso natural da automatização das redes telemáticas interligadas a objetos que passam a se comportar de maneira autônoma.

Confira o podcast abaixo, em que são melhores esclarecidos a denominação e os termos desencadeados por ele, como o Ator-Rede:




Texto: Giovânia de Alencar

André Lemos debate sobre Internet das Coisas e a teoria Ator-Rede

Aconteceu na manhã desta sexta-feira (25 de abril) no Teatro Celina Queiróz da Unifor, a segunda edição do Ciberdebates de 2014. O evento foi organizado pelos alunos da disciplina de Sociedade da Informação e Tecnologia, e a turma de Oficina em Jornalismo. Participaram do encontro o professor e escritor, André Lemos, que debateu o tema “A internet das coisas”, e a professora Adriana Santiago, que mediou o debate.

No início do evento, o professor e coordenador do curso de Jornalismo, Wagner Borges, agradeceu a presença de todos e parabenizou a equipe de professores que orientaram o Ciberdebates. Em seguida, a professora Adriana Santiago mostrou-se honrada pelo encontro e incentivou o público a acompanhar o debate. “É uma graça para nós que utilizamos os textos de André Lemos em sala de aula e vamos, então, lembrar de assuntos que já conhecemos e conhecer um pouco mais”.

André Lemos destacou um dos capítulos do seu novo livro “A comunicação das coisas”, ressaltou sobre a cultura digital e as novas mídias, apresentando vídeos para exemplificar o conceito de Internet das Coisas. Em um clima descontraído, Lemos falou de sua experiência mais recente com um aplicativo que o alerta sobre o cancelamento de seu vôo. “Na Internet das Coisas tudo é automatizado, eu não tenho a menor ideia de como o sistema andou para me dar essa informação. Algorítimos, bancos de dados, big data e internet estão agindo autonomamente para me passar essa informação”.

Além de citar exemplos, o escritor discutiu sobre a teoria Ator-Rede e sua complexidade. “O Ator-Rede não é o Ator que é indivíduo e a Rede que é a sociedade. A Teoria do Ator-Rede é uma conjuntura mônada, que é ao mesmo tempo um indivíduo e um coletivo”. Assuntos como capacidade infocomunicacional dos objetos, mídias locativas e dispositivos eletrônicos de leitura, também enriqueceram o evento. Por fim, foi aberto um espaço para perguntas em que alunos e professores interagiram para tirar dúvidas.

A aluna do curso de Jornalismo, Rayana Fortaleza, confessou que já havia estudado o tema em sala de aula e aprendeu ainda mais após o encontro. “O assunto não é desconhecido por mim, mas aprendi muito mais agora! Foi uma ótima oportunidade para conhecer mais sobre cultura digital e novas mídias”.

O jornalista Paulo Victor Fernandes terminou sua graduação na Unifor e aproveitou o evento para iniciar uma novo estudo na área. “Achei muito interessante a palestra, pois ele abordou um assunto que citei no meu trabalho de conclusão de curso e agora tenho interesse em estudar mais profundamente”.

O evento encerrou-se às 11h com um buffet na saída do Teatro Celina Queiroz.


Texto: Tircianny Araújo


Confira a galeria de fotos:

Público do Ciberdebates. Foto: Cristina Modenese.

Mesa: Adriana Santiago e André Lemos. Foto: Cristina Modenese.

André Lemos em entrevista à TV Unifor. Foto: Cristina Modenese.
Parte do público assistindo o debate. Foto: Lucas Matos.
Professor de Oficina em Jornalismo Eduardo Freire e Coordenador do curso de Jornalismo, Wagner Borges. Foto: Lucas Matos.
Adriana Santiago. Foto: Lucas Matos.

Estudante participa das perguntas a André Lemos. Foto: Lucas Matos.

Professora Adriana Santiago e André Lemos. Foto: Lucas Matos.

Internet das coisas em vídeos

Foi nesta sexta-feira (25 de abril) que aconteceu, no Teatro Celina Queiroz (Universidade de Fortaleza) a segunda edição de 2014 do Ciberdebates. O tema foi a Internet das Coisas, com uma palestra do professor Dr. André Lemos, um dos maiores especialistas da área.

Antes de começar o debate, André Lemos apresentou o conceito Internet da Coisas e de como a aborda em seu livro mais recente, A Comunicação das Coisas. Ele também mostrou cinco vídeos  sobre aplicações práticas da Internet das Coisas. Infelizmente, todos os vídeos são em Inglês, mas explicarei cada um no bom português.

Os 3 primeiros vídeos foram realizados pela Comissão Européia:

Imagine que tudo estivesse conectado. E um professor na universidade não está se sentindo bem, e liga dizendo que está doente. Um sistema automatizado avisaria a universidade que transmitiria a notícia para os estudantes do professor e automaticamente adaptasse sua agenda do dia considerando o fato de que você teria este tempinho extra para aproveitar.

Imagine que tudo estivesse conectado, e um idoso esqueceu de tomar seu remédio. Isso iria lançar um alerta para os membros da família. Se o primeiro nome não estivesse disponível, o alerta iria para um segundo membro da família, se ele também não estivesse disponível, o alerta iria para o centro de emergência local, onde seria enviado alguém para checar o problema.


Imagine que tudo estivesse conectado, vamos dizer que acontece um acidente de transito, um sistema no carro iria automaticamente alertar o serviço de emergência indicando a localização precisa do acidente e eles mandariam uma ambulância. Além disso, este informação seria enviada para seu veículo enquanto você dirige e lhe sugeriria uma rota alternativa para evitar o engarrafamento.

O próximo vídeo é sobre uma árvore que "fala". A árvore consegue este feito graças a vários sensores instalados nela que conseguem interpretar as reações orgânicas da planta. A árvore fica em Bruxelas, na Bélgica, e tem até Facebook

O último vídeo apresentado por Lemos, foi sobre as Trash Tags usadas na cidade de Seattle, nos Estados Unidos. Foram usados pequenos dispositivos de rastreamento aficados junto ao lixo. O resultado é que se pode ver em um mapa qual é o destino final de seu lixo, muito interessante!


Os vídeos foram a introdução do debate de Lemos e uma excelente forma de atiçar a curiosidade sobre o assunto, você não acha? 

Texto: Igor Lins

Internet das Coisas é tema do Ciberdebates

Adriana Santiago e André Lemos, respectivamente, ministram o Ciberdebates desta edição. Foto: Cristina Modenese.


Nesta sexta-feira (25 de abril), ocorreu a segunda edição do ano do Ciberdebates. O evento foi realizado pela manhã, no Teatro Celina Queiroz, tendo como convidado o escritor André Lemos e a professora de Sociedade da Informação e Tecnologia da Unifor Adriana Santiago.

André Lemos, além de fazer estudos estudos acerca da internet e cibercultura, é escritor na área, tendo hoje um total de 13 livros publicados e artigos em revistas no campo da Comunicação e Sociologia. Considerado referência nacional e internacional, foi um dos precursores em estudos da cibercultura no Brasil. Ele é mestre em Política de Ciência e Tecnologia pela COPPE/UFRJ, doutor em Sociologia pela Université René Descartes, Paris V, Sorbonne, e professor de Comunicação e Tecnologia na Bahia.

O assunto desta edição foi embasado no livro mais recente de André Lemos: “A comunicação das coisas. Teoria ator-rede e cibercultura”. Foi explicado a terminologia e a relação das pessoas com a internet e os objetos inteligentes.


Texto: Giovânia de Alencar

terça-feira, 25 de março de 2014

TV Web: Primeiro Ciberdebates de 2014 abordou o tema rolezinho




A primeira edição do Ciberdebates de 2014 teve como tema o fenômeno socialRolezinho. O evento, promovido pelos alunos da cadeiras de Sociedade da Informação e suas tecnologias em conjunto com os alunos da cadeira de Oficina em Jornalismo, aconteceu no último dia 13 no Teatro Celina Queiroz.

Por Rafael Vasconcelos

terça-feira, 18 de março de 2014

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Na quinta-feira, 13 de março foi realizado no teatro Celina Queiroz mais uma edição do ciberdebates. Dessa vez o tema debatido foi os rolezinhos e contou com a presença do sociólogo Luíz Paiva, O presidente da Cufa Preto Zézé e do jornalista Magela Lima. Para saber mais detalhes e qual a opinião dos debatedores quanto a esse fenômeno que foi muito comentado na mídia. Clique aqui: 


A transmissão do ciberrole


Aconteceu na última  quinta, 13 de março o ciberdebates com o tema “Rolezinhos”, o evento contou com a participação Luiz Fábio Paiva, Magela Lima e Preto Zezé que lotaram o teatro Celina Queiroz com um debate que arrancou aplausos e sorrisos da platéia.O evento contou com uma cobertura online em plataformas como Facebook, Twitter, Instagram e  Ustream.
A trasmissão ao vivo do evento podia ser acompanhada pelo Ustream do ciberdebates, que foi criado para alunos que não podiam participar do evento, mas queriam acompanhá-lo e contou com o auxílio do Facebook e Twitter para o envio de sugestões e dúvidas para quem estava a distância. Para quem não teve como acompanhar o evento em tempo real, pode assistir a gravação na íntegra pela conta do ciberdebates no Unstream.

Rayana Fortaleza

Ciberdebates no instagram

Aconteceu na última quinta, 13 de março, o Ciberdebates com o tema “Rolezinhos”, evento realizado pelas disciplinas de Sociedade da Informação e Tecnologias e Oficina em Jornalismo. O “ciberrole” lotou o teatro Celina Queiroz e teve uma transmissão online em diversas plataformas como Twitter, Facebook, Ustream e Instagram.
O evento contou com a participação dos alunos de comunicação social e foi todo resgistrado e transmitido pelo Instagram, com participações dos alunos caracterizados de “rolezeiros” e até publicações utilizando a hashtag #ciberrole que eram respostadas pela página, os posts também ilustraram momentos importantes do evento como a recepção, apresentação dos convidados e o debate final.O Instagram veio para complementar as outras coberturas, sendo feita de forma mais leve e dinâmina. Todas as fotos estão no @ciberdebatesunifor.

Galeria de fotos:




Rayana Fortaleza

Cobertura online do Ciberdebates oferece interação em tempo real entre usuários nas redes sociais













Foto: João Paulo de Freitas


"Facebook foi a ferramenta mais movimentada durante o evento, disponibilizando link ao vivo àqueles que quisessem acompanhar o debate de casa"

Nessa quinta-feira, 13/03, foi realizado o Ciberdebates no teatro Celina Queiroz, na Universidade de Fortaleza (Unifor). O evento que
abordou a temática "rolezinho", contou com uma equipe responsável pela  cobertura online. Através do Facebook, links ao vivo, fotos e posts explicativos eram disponibilizados a todo momento, atualizando os usuários que acompanhavam de casa.

O Ciberdebates reuniu especialistas para esclarecer a polêmica do "rolezinho". O pesquisador Luiz Fábio Paiva, o jornalista Magela Lima e o ativista Preto Zezé marcaram presença no teatro e fizeram um bom papel ao levantar reflexões sobre questões sociais que, diversas vezes, ficam es
quecidas, mas ainda sim presentes na sociedade, como a importância das manifestações, a luta pelos direitos humanos e as condições sociais aos desfavoráveis.

 O termo "rolezinho" repercutiu no país após uma série de encontros marcados por jovens, geralmente de classe social menos favorecida, em locais privados, como shoppings.
As reuniões visavam uma aproximação entre as "personalidades" da internet e os fãns das redes sociais. Embora sem maldade, os encontros marcados pela galera jovem apenas para "zoar" , acabou tomando proporções distintas e causando alvoroço entre a população após uma série de furtos e agressões dentro durante o evento.

Ciberdebates do Instagram

O Ciberdebates, evento que ocorre semestralmente na Universidade de Fortaleza (Unifor), organizado pelos alunos da disciplina Oficina em Jornalismo e Sociedade de Informação e tecnologia, ocorreu na última quinta-feira (13 de março), no teatro Celina Queiroz e contou com uma cobertura online do Instagram e outras redes sociais, levando em tempo real tudo que estava rolando no debate.
O Instagram do evento, fez uma cobertura completa, atualizando todos seus seguidores de tudo que estava rolando no Ciberdebates. Os moderadores levaram acessórios e fizeram os participantes entrarem na onda dos Rolezinhos. Confira todas as fotos no @ciberdebatesunifor
A rede social de fotos, ajudou a da uma dinâmica na cobertura, levando mais entretenimento e diversão para os alunos que estavam participando do debate. Por meio das fotos e videos foi possível deixar todos que não puderam ir até o evento por dentro do assunto e de tudo que tava ocorrendo.
Os convidados da mesa de debate foram o jornalista, pesquisador e secretário de cultura de Fortaleza Magela Lima; produtor, ativista e presidente nacional da Central Única das Favelas (CUFA) Preto Zezé; e o professor de sociologia do departamento de ciências sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC) Luiz Fábio Paiva.







Ciberdebates no Twitter



O Ciberdebates, evento que ocorreu na última quinta-feira (13 de março), produzido por alunos e professores do curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza e que nesta edição teve como objetivo debater sobre os “rolezinhos”, contou com cobertura online via Twitter e outras redes sociais durante o evento.
Quem não participou do evento, teve a oportunidade de acompanhar a cobertura que foi feita pelas redes sociais em tempo real, a página do Twitter contou com abastecimento direto com os comentários dos palestrantes debatendo sobre o tema “rolezinhos”. Além disso, a página do Twitter, abriu também as rodadas de perguntas para que os internautas pudessem participar do evento realizando perguntas aos convidados.
O evento teve como palestrantes o membro do Departamento de Ciências Sociais da UFC e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), Luiz Fábio Paiva; o secretário de Cultura de Fortaleza, jornalista e pesquisador de teatro com mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio), Magela Lima; e o produtor cultural, ativista e Presidente Nacional da Central Única das Favelas (CUFA), Preto Zezé.
Além do Twitter, as redes sociais de Facebook e Instagram também mostraram a cobertura do evento ao vivo.
Texto: Valentina Jara

Facebook na Cobertura do Ciberdebates 2014.1



"Rolezinhos " foi o tema do primeiro Ciberdebates realizado no último 14 de março no auditório do Teatro Celina Queiroz da Universidade de Fortaleza.  Os convidados desta edição foram Preto Zezé, Presidente Nacional da Central Única da Favelas (Cufa), Magela Lima, Jornalista e atual Secretário de Cultura de Fortaleza e Luiz Fábio Paiva, Membro do Departamento de Ciências Sociais da UFC.
A cobertura do Ciberdebates começou na semana que antecedeu o evento, com posts dos debatedores, os internautas puderam conhecer um pouco do perfil de cada um e o trabalho que executam na sociedade.  Matérias nos principais meios de comunicação também foram compartilhadas na página oficial do evento no Facebook a fim de situar os leitores, participantes, acadêmicos sobre o tema do Ciberdebates. Além disso, os melhores momentos do debate, foram compartilhados no página oficial do evento no Facebook, onde foi pontuando os principais argumentos e  falas relacionados ao tema em discussão.
Outras atividades da organização do evento entraram em ação. Equipes foram divididas para fazer a cobertura do Ciberdebates e tudo foi acompanhado, registrado e fotografado em tempo real com  posts dos principais momentos. Tudo ficou por conta dos alunos da disciplina de Oficina em Jornalismo, onde a sintonia do grupo contribuiu para o sucesso do evento.
Perdeu o Ciberdebates ? Visite a página do evento e confira o que foi mais relevante no debate. E aproveite. Facebook

Por Elisangela Lopes

Cobertura do Ciberdebates pelo Twitter

O Ciberdebates acabou, mas quem não esteve por lá pode conferir a cobertura que foi feita ao vivo pelo Twitter. As principais considerações dos três palestrantes e acontecimentos do evento foram registrados pela página.

O tema dessa edição foi “rolezinhos” e os convidados foram Luiz Fábio Paiva, membro do Departamento de Ciências Sociais da UFC e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV); Magela Lima, secretário de Cultura de Fortaleza, jornalista e pesquisador de teatro com mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio); e Preto Zezé, produtor cultural, ativista e Presidente Nacional da Central Única das Favelas (CUFA).

Clique na imagem para conferir os tweets do evento:

 Clique para ver os tweets

Texto: Thaís Praciano




segunda-feira, 17 de março de 2014

[GALERIA] - Ciberdebates discute o movimento dos rolézinhos

O confronto de ideias sobre os rolézinhos, movimentos que tomaram conta dos noticiários do país no começo do ano, foi o mote da edição mais recente do Ciberdebates. Na última quinta-feira (13), no teatro Celina Queiroz, o secretário de cultura de Fortaleza, Magela Lima; o presidente nacional da Central Única das Favelas (Cufa), Preto Zezé; e o professor de sociologia do departamento de ciências sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luiz Fábio Paiva apresentaram pensamentos divergentes e concordantes acerca do tema.

Veja galeria de fotos






FOTOS: João Paulo de Freitas, Marina Freire e Wolney Batista

quinta-feira, 13 de março de 2014

Entrevista com os debatedores


Entrevista com Magela lima:
Você faz alguma associação do rolezinho com as manifestações de protesto ocorridas em 2013 no Brasil?

Não vejo nenhuma relação com a onda de protestos. O Brasil estava muito tempo sem protestar, nos dez anos de PT, o MST que era um ícone na mobilização de massas no país, deu uma sumida do mapa, então ficamos dez anos sem protestar, então tudo passa a ser ressonância daquele protesto de 2013, mas pra mim os rolezinhos são experiências de encontros, de afetos, de ocupação de espaço, não tem uma provocação política, contestatória.

O rolezinho surgiu por causa da Cultura Funk e suas músicas de ostentação e luxúria defendidas por ela. Para você essa onda de moda do funk se dá pela falta de uma educação e de uma cultura menos superficial no País?

O Funk também é cultura. A gente não pode pensar que o funk é uma cultura equivocada, que o forró é uma cultura equivocada, que o bom é só música erudita e artes plásticas. Isso não existe, não existe um efeito, uma teoria das balas mágicas, uma comprovação de que se é reflexo do que se consume. Eu posso ser professor universitário e gostar de funk, por quê não? Posso morar na favela e gostar de música clássica. Não acho que tenha ligação direta entre o funk ostentação e os rolezinhos.

O rolezinho é bom para se pensar o Brasil ?

Penso que nos encontros funcionamos melhor do que de forma isolada e o rolezinho é um encontro, e está colocando uma série de questões, como por exemplo, quem é esse novo jovem no Brasil, como é que se dá o uso público dos espaços privados, etc. Imagino e vejo os rolezinhos mais como experiência de encontro e afeto do que de uma manifestação, para mim o que eles estão querendo dizer é “a gente quer se encontrar, a gente quer se ver, quer sair da internet e quer ficar junto”. O recado é esse, mas evidentemente que a reação equivocada ao rolezinho coloca uma série de questões, como “por que é um crime, o que eles fizeram de errado”. Tudo isso o rolezinho acionou, mas vejo isso da forma mais simples possível.

Por que esse fenômeno se tornou um assunto tão falado nos jornais de todo o País?

Por falta de pauta. Penso que os jornais não estão preparados para entender essa experiência contemporânea, como disse, ficamos muito tempo sem grandes eventos massivos, então hoje, qualquer aglomeração de 50 pessoas é um problema, mas não é! Por que eu não posso ir pro shopping, ou parque ou centro da cidade com 100 amigos? Acho que o problema está na criminalização desse encontro. E não no encontro em si. A princípio ele não mobilizou nada, não aconteceu nada, para mim é apenas o encontro de pessoas.

Entrevista Preto Zezé:

Como você explica os rolezinhos?

Os rolezinhos são os jovens da periferia querendo mostrar a cara, eles também querem ser vistos. Durante muito tempo os meninos das comunidades só foram vistos de forma marginalizada, agora que eles tem acesso a economia eles querem poder mostrar o que eles tem, quando esses jovens da periferia entram nos mesmos espaços da classe média, isso gera conflitos.

Como você analisa a influencia das redes sociais nos rolezinhos?

As redes sociais servem como incubadora dessas manifestações, A molecada de hoje ta dentro das redes sociais, e isso faz com que eles também se mobilizem. Trabalho com música, e sei como as redes facilitam as comunicações. As redes sociais são uma ferramenta incrível, mas podem servir tanto para o bem como para o mal.

 Qual a importância desse debate na no meio acadêmico?

Esse é um espaço privilégiado, de certa forma aqui é onde são formadas as lideranças da cidade, e poder trazer discussões e opiniões plurais é importante.

Entrevista Luis Fábio Paiva;

Como você entende a influência das redes sociais nesses eventos?

Nos últimos anos os mais pobres tem aumentado seu acesso as redes sociais, lá eles podem se comunicar e se mobilizar. Mas esse espaço, também é um reflexo da sociedade que vivemos, nas redes sociais as pessoas estão todas misturadas e assim como na sociedade os indivíduos são expostos ao estilo de vida capitalista o que estimula esses jovens a querer participar do processo de consumo.

Como você explica a repercussão que esses eventos tiveram?

Por alguns aspectos de novidade. A sociedade, principalmente a classe média, tomou um susto com esses eventos, e a mídia que é composta por pessoas dessa classe não soube lidar com essa novidade.

Como o senhor faria um traçaria um perfil desses jovens?

São jovens da periferia que querem buscar mais espaço na sociedade, mesmo que esse espaço seja os meios de consumo. São jovens que sempre foram estimulados a buscar o consumo e o prazer, mas nunca tiveram acesso, agora eles tem. Não acho que eles tenham intenções políticas, porém devemos refletir politicamente esses eventos, pois eles falam muito das mudanças pelas quais nossa sociedade tem passado.

Qual a importância desse debate no meio acadêmico?

A universidade é o local mais adequado para essas discussões, é sempre importante debater os assuntos atuais com várias visões diferentes.


O "rolezinho" chegou à Unifor

Wolney Batista

Com o tema "rolezinho", aconteceu na amanhã de hoje o Ciberdebates, no teatro Celina Queiroz na Universidade de Fortaleza (Unifor). Organizado pelos alunos da disciplina de Sociedade da Informação e Novas Tecnologias, com orientação da professora Alessandra Oliveira, e de Oficina de Jornalismo, com supervisão do professor Eduardo Freire. Fizeram parte da mesa de debates o jornalista, pesquisador e secretário de cultura de Fortaleza Magela Lima; produtor, ativista e presidente nacional da Central Única das Favelas (CUFA) Preto Zezé; e o professor de sociologia do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC) Luiz Fábio Paiva.

Os "rolezinhos" ficaram conhecidos no Brasil todo por ser um encontro de jovens, de classe social mais baixa, em shoppings center. O evento era mobilizado via redes sociais e, de acordo com a imprensa, causavam tumulto por onde passavam. O Ciberdebates juntou especialistas para discutirem com os alunos se de fato o "rolezinho" tinha um cunho social e político ou não, e se eram um fruto das facilidades das novas tecnologias da comunicação.

Durante a palestra, essa questão foi colocada. Alguns alunos afirmaram que esse tipo de reunião já acontecia antes, como os encontros de comunidades do orkut, e não possuíam tamanha repercussão. Mas, como o próprio fenômeno da internet, estes encontros também se modificaram e começaram a pautar a mídia.

Opinião

O jornalista Magela Lima iniciou sua participação no Ciberdebates dizendo que a imprensa local era moldada de acordo com o sul e sudeste.Mesmo sem ter tido nenhum "rolezinho" em Fortaleza, a mídia fez matérias sobre o assunto. "A imprensa se furtou desse debate, qual o limite do uso público nos espaços privados. O debate não se deu na imprensa o que é uma pena", assegurou o secretário de cultura de Fortaleza.

Já o sociólogo Luiz Felipe Paiva certificou que esses eventos em shopping center são a inserção dos jovens na sociedade de consumo. Posteriormente, o professor explicou a distinção entre flash mob e os "rolezinhos". "São duas propostas diferentes. Flash mob são pessoas que se reúnem pra fazer uma performance, como danças, e os "rolezinhos" são adolescentes que desejam fazer parte do consumo", elucida.

Para saber mais sobre o que são flash mob e smart mob, veja aqui

O presidente nacional da Central Única das Favelas (CUFA) Preto Zezé constatou que os "rolezinhos" estão abrindo caminhos para novos pontos de vista. "O 'rolezinho' é a imposição de uma nova lógica de um outro debate", atestou. Ainda de acordo com ele, todas as formas de manifestação são como febre no corpo humano, sinal de que algo está errado e precisa ser mudado.

Participantes

Foto: Wolney Batista
Com o auditório cheio, a participação dos alunos movimentou ainda mais o debate. Sara Sousa, aluna do curso de jornalismo, contou ter gostado bastante do tema. "Achei muito interessante o assunto. O evento deveria ter sido mais divulgado, porque o tema é muito rico e o debate não ficou para trás", expõem.

A também estudante Patrícia Holanda revelou que gostou do ciber. "Achei que o tema não estava mais em alta, mas me surpreendi. Gostei bastante das opiniões divergentes", testemunhou.

Organizadores

Para a professora Alessandra Oliveira o Ciber trouxe uma boa conversa sobre o objetivo escolhido. "A discussão foi bem interessante com opiniões divergentes o debate realmente aconteceu. Os convidados com diferentes perspectivas motivaram bastante a participação dos alunos", contou.

Foto: Instagram @ciberdebatesunifor
A avaliação do professor Eduardo Freire não se distanciou. "O debate foi rico. Fomos além da tecnologia, diferente dos outros Ciberdebates. Os alunos participaram com bastantes perguntas", declarou.

A estudante de jornalismo da Unifor Elisangela Lopes fez parte da equipe de cobertura do evento. Ela afirmou que a palestra superou suas expectativas. "Achei o evento muito bem organizado e as equipes estrategicamente divididas. Pensei que o tema já estava batido, mas fui surpreendida com os debatedores e as dúvidas dos alunos. Vi que essa discussão é reflexo do momento atual que vivemos e o "rolezinho" é apenas um mote para algo muito maior e possibilita essa enriquecedora discussão social", garantiu.






Texto por Ahynssa Thamir, Ana Beatriz Vieira, Erika Zaituni e Julio Cezar