terça-feira, 30 de agosto de 2011

“A internet é incrível, mas você deve se debruçar sobre a história”, afirma Júlia Lopes


Graduada em Comunicação Social pela Universidade de Fortaleza, co-autora e ex-editora do Site “A Preço de Banana” e repórter do caderno Vida e Arte do jornal O Povo, Júlia Lopes, participou hoje (30) do Ciberdebates. O evento é fruto da disciplina de Oficina em Jornalismo, ministrada pelas professoras Adriana Santiago e Joana Dutra. O tema deste mês é Jornalismo Cultural na Internet: novas possibilidades. Júlia Lopes era uma das debatedoras juntamente com os jornalistas Dellano Rios e Diego Benevides.

Jornalismo cultural e a Internet
Júlia Lopes afirma que o jornalista que trabalha com cultura deve se preocupar em fazer um texto bom. “Tem que ter a valorização da narrativa, para o texto ficar interessante e o principal, relevante.” Na rotina de trabalho, a repórter busca a notícia também fora das redações. “Todos os jornalistas culturais devem olhar ao seu redor, perceber o que está acontecendo, seja para fora ou para dentro. Temos que buscar equilíbrios e perder os preconceitos. E também temos que ter uma base de muita leitura.”
A Internet é importante para disseminação das notícias culturais. “Queremos dar a notícia em primeira mão. A Internet utiliza o imediatismo, dinamismo e ao mesmo tempo, as informações podem ser mais elaboradas”, afirma Júlia Lopes. As redes sociais, também podem ser aliadas deste tipo de jornalismo. “O Facebook e o Twitter podem ser o lugar do jornalismo cultural, você pode inclusive fazer uma carreira com um trabalho que as pessoas curtam”, defende.

Site para eventos de Fortaleza
Criado em Janeiro de 2010, o site “A Preço de Banana” tem por objetivo fazer um recorte da cidade e colocar o que de interessante está acontecendo no momento. “Durante oito meses, o site foi idealizado por uma equipe grande feita para trabalhar e criar algo que mexesse com Fortaleza”, justifica Júlia Lopes.   

Ciberdebates
O próximo evento acontece dia 27 de Setembro às 8 horas da manhã, no Auditório da Biblioteca da Universidade de Fortaleza com o tema: Comunicação Integrada e Redes Sociais. O Ciberdebates dá direito a certificado e é de graça.

Abaixo, a repórter do Jornal O Povo fala sobre a dificuldades do jornalismo cultural.
Olá leitores

Para vocês que acompanharam a cobertura do Ciberdebates de hoje (30/08), confiram as primeiras fotografias produzidas na cobertura em nossa página no Facebook, e os vídeos produzidos estão disponíveis no nosso canal do Youtube. Confiram!!!

Sucesso de público para discutir Jornalismo Cultural na internet

Palestrantes Dellano Rios, Júlia Lopes e Diego Benevides. Foto: Thalyta Martins

O primeiro Ciberdebates do semestre reuniu mais de 200 pessoas no auditório da biblioteca da Universidade de Fortaleza (Unifor) esta manhã, 30 de agosto. Com o tema “Jornalismo cultural na Internet: possibilidades”, a primeira da série de quatro edições começou meia hora depois do previsto, mas ninguém arredou pé e lotou o local até às 11 horas. O sucesso de público foi comemorado pelos organizadores, alunos e professoras da disciplina Oficina em jornalismo.

Contratempos à parte, a discussão foi bastante enriquecedora. A mediadora Bárbara Guerra convidou Dellano Rios, Júlia Lopes e Diego Benevides para tentar definir o Jornalismo Cultura na Internet. Como diz o ditado “damas primeiro”, assim fez o Ciberdebates. Júlia Lopes, repórter do caderno cultural do jornal O Povo, Vida & Arte, e co-autora do site de cultura e entretenimento “A preço de banana” abriu a sessão. Ela destacou o trabalho feito por Fernando Rabelo como uma possibilidade de desenvolver o jornalismo cultural na internet. Ele coloca uma foto e uma breve descrição em seu facebook, ferramenta do nosso dia-a-dia dificilmente utilizada para fazer jornalismo. “Você percebe que o Fernando faz uma pesquisa. Ele deve passar horas e horas nisso”, declarou.

Ressaltou ainda a importância da leitura na formação do jornalista, seja ele especializado ou não em escrever sobre cultura, e de sair, ir a campo. “Tem muita coisa que a gente dá uma voltinha no Centro e encontra”. Isso sem menosprezar o papel das outras pessoas. “O jornalismo pode ser feito, e ele é feito, por outras pessoas que não são jornalistas. A participação das pessoas, o olhar de fora é importante”.

Na sequência, foi a vez do editor do Caderno 3, caderno cultural do Diário do Nordeste, Dellano Rios. Ele também falou da importância da leitura, da “permanente formação” e de “bater perna. Descobrir o que tem lá fora”. O que é essencial para não cair no que ele chama de círculo vicioso da web. “Parece que a internet é a matéria-prima dela mesma. É o mesmo discurso”. Para combater essa questão o palestrante defendeu a prática do bom jornalismo seja qual for o suporte. “Se eu sou jornalista, eu sou jornalista independente do meio”. Destacou o imediatismo da internet como algo positivo, porém criticou a memória curta de alguns jornalistas, o que às vezes leva a um “consumo descartável”. Desmistificou a ideia de que tudo pode ser encontrado na rede e declarou que “nós navegamos por sites” de referências nos quais vamoa direito ao ponto.

A discussão seguiu em clima descontraído com a apresentação de Diego Benevides, editor chefe do “Cinema com rapadura”, um dos portais nacionais de referência em cinema. Ele colocou que o bom texto  dificilmente recebe comentários na internet. Enquanto o contrário se dá de forma massiva. “Eu escrevo alguns textos e sei que vou ser 'trollado'(termo dos games de internet que significa: vão falar mal de mim)”.

Na opinião dele “a gente não pode alienar”, não pode continuar reproduzindo na internet o que já foi divulgado na própria internet. Por isso “a equipe deve estar preparada para decifrar os sites”. Para ele, dar valor à assessoria de imprensa é um dos grandes trunfos que uma editoria pode ter. Da mesma forma, os jornalistas precisam saber lidar com os assessores. Outro ponto que abordou foi a discriminação com o Nordeste e o que é produzido aqui. “Tem a questão do preconceito, mesmo. Quem é esse povo? Tudo cabeça chata?”. E isso se dá também dentro da própria região. A prova é o ranking de acessos do portal, em que a participação nordestina corresponde a apenas 16% do total. “Nosso maior acesso é do Sul e Sudeste”.

Após as falas dos três palestrantes, a mediadora abriu para perguntas da plateia e recebeu questões enviadas pelo twitter. Além de acompanhar o debate por essa rede social, também foi possível fazer isso ao vivo pelo Ustream (clique e confira o conteúdo na íntegra). Também já está disponível para download o material gráfico utilizado por Diego Benevides. Estamos também no twitter, no facebook e no picasa, com a cobertura fotógrafica.

Fique de olho nas próximas postagens, com mais notícias sobre a repercussão do evento.