sábado, 26 de abril de 2014

André Lemos explica a teoria Ator-Rede

André Lemos. Foto: Cristina Modenese.

Nesta edição do Ciberdebates, que ocorreu nesta última sexta-feira (25 de abril), André Lemos abordou a teoria Ator-Rede, presente no seu livro “A comunicação das coisas. Teoria ator-rede e cibercultura”. O conceito é explicado basicamente pelo hífen, que faz a interligação entre coisas (objetos e humanos), gerando as relações entre eles. Enquanto que a Internet das Coisas faz compreender a nova fase da internet.

André Lemos destacou três pontos para a compreensão do estudo: a internet, a coisa e o hífen. A internet consistindo num sistema em rede que conecta pessoas aos objetos e vice-versa. A “coisa” referindo à todas as coisas, literalmente, pois, para André Lemos, tudo pode ser analisado pela teoria Ator-Rede. E o “hífen” consistindo na ligação da internet ao objeto. 

A denominação Ator-Rede trata a rede como mediadora na inter-relação entre humanos e não humanos, considerando as “coisas” com identidade. Lemos destaca que a comunicação também pode ocorrer entre os objetos, onde um objeto comunica outro objeto para só então passar a informação para uma pessoa. É uma espécia de filosofia orientada ao objeto, firmando um contrato virtual e presencial sem muita diferenciação entre si. De acordo com seu estudo, o humano está tão interligado à rede - ao espaço virtual - que os dois segmentos (ator e rede) passam a integrar um só organismo, sendo, pois, o ator-rede.


Texto: Giovânia de Alencar

Objetos que interferem na personalidade humana

Adriana Santiago e André Lemos. Foto: Cristina Modenese.

Os papeis dos objetos na personalidade e nas relações humanas foi um ponto destacado neste Ciberdebates, que teve como tema central a Internet das Coisas. Até que ponto a internet pode ser considerada boa na vida social? Levantamentos sobre vigilância, democracia, cidadania, política, ética, moral, são, inclusive, pontos destacados neste último livro de André Lemos, que se chama “A comunicação das coisas. Teoria ator-rede e cibercultura”.

Questionado sobre a influência que a internet pode ter sobre a personalidade do indivíduo, modificando-o diretamente, André Lemos parece muito convicto ao explanar que tudo interfere na formação das pessoas e a internet não poderia ficar de fora. “As pessoas estão sempre em construção, elas se formam através dos objetos”. Para ele, o indivíduo, em sua essência, não tem característica alguma; evidenciando um exemplo do evento mais simples e primeiro dos homens, que é o ato de nascer. As pessoas já são colocadas no mundo geralmente dentro de hospitais, recebendo vacina e cuidados higiênicos, tais ações deixam clara a inserção do homem em um ambiente fora de sua naturaza. “Humanos precisam construir para habitar”, ressalta.

Lemos esclarece que sujeito e objeto sempre serão híbridos e que os objetos atuam diretamente na formação das pessoas. Ele explica que os objetos inteligentes passam a ganhar qualidades infocomunicacionais, interferindo nas relações e reações das pessoas de acordo com as respostas que os objetos transmitem, fazendo-se necessário compreender essas novas funções dos objetos que nos colocam em causa.

Seja livro, filmes, programas de tevê ou internet, toda mídia irá preencher o imaginário dos indivíduos, contribuindo na construção da personalidade de cada um. O escritor explica que aparentemente os objetos são os mesmos, se comparados entre si. Mas eles estão dotados de capacidade infocomunicacionais que colocam as pessoas à prova o tempo inteiro. “O problema não é o objeto, mas sim como as pessoas os utilizam e se relacionam. Toda ação está implicada na relação com o objeto”.

O vínculo com a internet muda as relações das coisas, pessoas e objetos, e a rede passa a ter elevada autonomia sobre as ações e sentimentos das pessoas. Isto, de algum modo, acaba interferindo nas relações humanas que, para André Lemos, é o ponto que mais importa em seus estudos. “Não importa saber sobre os objetos, mas sim como ele nos afetam”. Ele explica que “não existe artefato sem humano”, bem como os artefatos só são construídos através das pessoas. O sujeito que lê muito não diz muito sobre si, somente o conteúdo das obras que compõe seus livros irão falar um pouco mais de sua personalidade. Os que assistem tevê só admitirão potencialidade de julgamento, acerca de suas personalidades, se forem julgados os programas que são assistidos por eles. Portanto, não é possível estabelecer que o vínculo demasiado da internet operando nas relações da sociedade com os objetos venha a ser algo bom ou ruim, tudo vai depender do uso que cada pessoa exerce sobre ela.



Objetos não conseguem revelar todos os segredos. Nós estamos numa sociedade que existe uma grande profusão de objetos e a gente não entende direito o que é o objeto. Eles sabem quem são, sabem ondem estão, eles falam com outros objetos e o que os outros objetos reagem é sentido por eles. É como se eles ganhassem capacidade de vida.




Texto: Giovânia de Alencar

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Internet das coisas: o que é isso?

André Lemos discursa no Ciberdebates. Foto: Cristina Modenese.
O segundo Ciberdebates deste semestre, que ocorreu na manhã desta sexta-feira (25 de abril), teve como tema central a Internet das Coisas. O termo foi esclarecido por André Lemos, que é desenvolvido em seu livro “A comunicação das coisas. Teoria ator-rede e cibercultura”.

A Internet das Coisas implica na relação que os objetos tecnológicos passam a ter na vida das pessoas, de modo a influenciar nas ações, nas escolhas e nos sentimentos de cada indivíduo. Neste universo os objetos, conectadas à rede, acabam interagindo com outros objetos e pessoas, respondendo de tal forma que se assemelha a um organismo vivo, formando uma vida social entre humanos e não-humanos.

André Lemos defende que o termo Internet das Coisas e Internet de Todas as Coisas são os mais utilizados pela Academia, Indústrias e Órgãos Tecnológicos. Ele ressalta ser um posicionamento errôneo classificar a relação do homem com a internet como Internet das Pessoas ou Internet dos Objetos. Para ele, isto acaba restringindo a abrangente referência que o termo possui. O escritor acredita que todas as coisas são híbridas em se tratando do sujeito com o objeto, por isso não pode haver esse distanciamento, um influi no outro, modificando-o, involuntariamente.

Ele justifica a escolha pela nomenclatura Internet das Coisas como sendo a mais coerente a ser utilizada atualmente, tendo em vista as várias possibilidades de interpretações e consentimento das pessoas para com o seus objetos, que passam a considerá-los de formas diferentes, atribuindo valores distintos.

André Lemos explica a Internet das Coisas como uma nova fase da internet e  um progresso natural da automatização das redes telemáticas interligadas a objetos que passam a se comportar de maneira autônoma.

Confira o podcast abaixo, em que são melhores esclarecidos a denominação e os termos desencadeados por ele, como o Ator-Rede:




Texto: Giovânia de Alencar

André Lemos debate sobre Internet das Coisas e a teoria Ator-Rede

Aconteceu na manhã desta sexta-feira (25 de abril) no Teatro Celina Queiróz da Unifor, a segunda edição do Ciberdebates de 2014. O evento foi organizado pelos alunos da disciplina de Sociedade da Informação e Tecnologia, e a turma de Oficina em Jornalismo. Participaram do encontro o professor e escritor, André Lemos, que debateu o tema “A internet das coisas”, e a professora Adriana Santiago, que mediou o debate.

No início do evento, o professor e coordenador do curso de Jornalismo, Wagner Borges, agradeceu a presença de todos e parabenizou a equipe de professores que orientaram o Ciberdebates. Em seguida, a professora Adriana Santiago mostrou-se honrada pelo encontro e incentivou o público a acompanhar o debate. “É uma graça para nós que utilizamos os textos de André Lemos em sala de aula e vamos, então, lembrar de assuntos que já conhecemos e conhecer um pouco mais”.

André Lemos destacou um dos capítulos do seu novo livro “A comunicação das coisas”, ressaltou sobre a cultura digital e as novas mídias, apresentando vídeos para exemplificar o conceito de Internet das Coisas. Em um clima descontraído, Lemos falou de sua experiência mais recente com um aplicativo que o alerta sobre o cancelamento de seu vôo. “Na Internet das Coisas tudo é automatizado, eu não tenho a menor ideia de como o sistema andou para me dar essa informação. Algorítimos, bancos de dados, big data e internet estão agindo autonomamente para me passar essa informação”.

Além de citar exemplos, o escritor discutiu sobre a teoria Ator-Rede e sua complexidade. “O Ator-Rede não é o Ator que é indivíduo e a Rede que é a sociedade. A Teoria do Ator-Rede é uma conjuntura mônada, que é ao mesmo tempo um indivíduo e um coletivo”. Assuntos como capacidade infocomunicacional dos objetos, mídias locativas e dispositivos eletrônicos de leitura, também enriqueceram o evento. Por fim, foi aberto um espaço para perguntas em que alunos e professores interagiram para tirar dúvidas.

A aluna do curso de Jornalismo, Rayana Fortaleza, confessou que já havia estudado o tema em sala de aula e aprendeu ainda mais após o encontro. “O assunto não é desconhecido por mim, mas aprendi muito mais agora! Foi uma ótima oportunidade para conhecer mais sobre cultura digital e novas mídias”.

O jornalista Paulo Victor Fernandes terminou sua graduação na Unifor e aproveitou o evento para iniciar uma novo estudo na área. “Achei muito interessante a palestra, pois ele abordou um assunto que citei no meu trabalho de conclusão de curso e agora tenho interesse em estudar mais profundamente”.

O evento encerrou-se às 11h com um buffet na saída do Teatro Celina Queiroz.


Texto: Tircianny Araújo


Confira a galeria de fotos:

Público do Ciberdebates. Foto: Cristina Modenese.

Mesa: Adriana Santiago e André Lemos. Foto: Cristina Modenese.

André Lemos em entrevista à TV Unifor. Foto: Cristina Modenese.
Parte do público assistindo o debate. Foto: Lucas Matos.
Professor de Oficina em Jornalismo Eduardo Freire e Coordenador do curso de Jornalismo, Wagner Borges. Foto: Lucas Matos.
Adriana Santiago. Foto: Lucas Matos.

Estudante participa das perguntas a André Lemos. Foto: Lucas Matos.

Professora Adriana Santiago e André Lemos. Foto: Lucas Matos.

Internet das coisas em vídeos

Foi nesta sexta-feira (25 de abril) que aconteceu, no Teatro Celina Queiroz (Universidade de Fortaleza) a segunda edição de 2014 do Ciberdebates. O tema foi a Internet das Coisas, com uma palestra do professor Dr. André Lemos, um dos maiores especialistas da área.

Antes de começar o debate, André Lemos apresentou o conceito Internet da Coisas e de como a aborda em seu livro mais recente, A Comunicação das Coisas. Ele também mostrou cinco vídeos  sobre aplicações práticas da Internet das Coisas. Infelizmente, todos os vídeos são em Inglês, mas explicarei cada um no bom português.

Os 3 primeiros vídeos foram realizados pela Comissão Européia:

Imagine que tudo estivesse conectado. E um professor na universidade não está se sentindo bem, e liga dizendo que está doente. Um sistema automatizado avisaria a universidade que transmitiria a notícia para os estudantes do professor e automaticamente adaptasse sua agenda do dia considerando o fato de que você teria este tempinho extra para aproveitar.

Imagine que tudo estivesse conectado, e um idoso esqueceu de tomar seu remédio. Isso iria lançar um alerta para os membros da família. Se o primeiro nome não estivesse disponível, o alerta iria para um segundo membro da família, se ele também não estivesse disponível, o alerta iria para o centro de emergência local, onde seria enviado alguém para checar o problema.


Imagine que tudo estivesse conectado, vamos dizer que acontece um acidente de transito, um sistema no carro iria automaticamente alertar o serviço de emergência indicando a localização precisa do acidente e eles mandariam uma ambulância. Além disso, este informação seria enviada para seu veículo enquanto você dirige e lhe sugeriria uma rota alternativa para evitar o engarrafamento.

O próximo vídeo é sobre uma árvore que "fala". A árvore consegue este feito graças a vários sensores instalados nela que conseguem interpretar as reações orgânicas da planta. A árvore fica em Bruxelas, na Bélgica, e tem até Facebook

O último vídeo apresentado por Lemos, foi sobre as Trash Tags usadas na cidade de Seattle, nos Estados Unidos. Foram usados pequenos dispositivos de rastreamento aficados junto ao lixo. O resultado é que se pode ver em um mapa qual é o destino final de seu lixo, muito interessante!


Os vídeos foram a introdução do debate de Lemos e uma excelente forma de atiçar a curiosidade sobre o assunto, você não acha? 

Texto: Igor Lins

Internet das Coisas é tema do Ciberdebates

Adriana Santiago e André Lemos, respectivamente, ministram o Ciberdebates desta edição. Foto: Cristina Modenese.


Nesta sexta-feira (25 de abril), ocorreu a segunda edição do ano do Ciberdebates. O evento foi realizado pela manhã, no Teatro Celina Queiroz, tendo como convidado o escritor André Lemos e a professora de Sociedade da Informação e Tecnologia da Unifor Adriana Santiago.

André Lemos, além de fazer estudos estudos acerca da internet e cibercultura, é escritor na área, tendo hoje um total de 13 livros publicados e artigos em revistas no campo da Comunicação e Sociologia. Considerado referência nacional e internacional, foi um dos precursores em estudos da cibercultura no Brasil. Ele é mestre em Política de Ciência e Tecnologia pela COPPE/UFRJ, doutor em Sociologia pela Université René Descartes, Paris V, Sorbonne, e professor de Comunicação e Tecnologia na Bahia.

O assunto desta edição foi embasado no livro mais recente de André Lemos: “A comunicação das coisas. Teoria ator-rede e cibercultura”. Foi explicado a terminologia e a relação das pessoas com a internet e os objetos inteligentes.


Texto: Giovânia de Alencar