quinta-feira, 3 de outubro de 2013

“Mídia Ninja não é Jornalismo”, afirma Adriana Santiago

Para a jornalista, este tipo de 'mídia independente’ não pode ser considerada jornalismo, pois não existe seleção e compromisso ético com o público.


Imagem
Foto: Felipe Toscano
A jornalista Adriana Santiago foi uma das convidadas à debatedora do Ciberdebates que aconteceu no dia 26 de setembro no auditório da biblioteca da Universidade de Fortaleza, e teve como tema Mídias Alternativas X Jornalismo Tradicional.

A jornalista, que deu início ao debate já indagando a plateia sobre o que seria, na verdade, o fazer jornalístico, expôs sua opinião a respeito dos movimentos populares que trouxeram a tona discussões sobre as mídias independentes ou colaborativas, como são chamadas, e onde elas se encaixam no jornalismo tradicional. 

“ Mídia Ninja não é jornalismo, mídia ninja é uma narrativa, são pessoas que vão pra rua colaborar com o que a gente chama de crowdsourcing. Vão colaborar com a transmissão de informações que estão acontecendo no dia”. Segundo ela, não existe uma seleção nessas narrativas, não existe um compromisso ético com o público, e Jornalismo é compromisso diário e ético com o público, “ não se tem a preocupação de checar a informação, e aí se perde a base essencial do jornalismo”, afirmou Adriana.

Adriana é doutoranda do Programa de Pós- Graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea, e em seus estudos foca em entender qual o papel social do Jornalismo diante do cenário atualAo ser questionada por Plínio Bortolotti, também debatedor do evento, à respeito do que seria então o jornalismo, se as mídias alternativas não são consideradas por ela, Adriana rebateu, “o que é eu não sei, mas sei que isso não é”.

Ela avalia o jornalismo como uma prática cotidiana de responsabilidade social, e mesmo não considerando a Mídia Ninja uma prática jornalística,acrescenta que de certa forma ela pode colaborar com o fazer jornalístico, “quando a gente tem essas novas narrativas é ótimo, porque isso vai trazer pra gente muito mais informação, para que a gente possa organizar, editar, possa checar a fonte, ouvir o outro lado, e dessa forma a gente vai estar exercendo o jornalismo não só nas redações oficiais”.

Além da Adriana Santiago e Plínio Bortolotti, jornalista e diretor Institucional do Grupo de Comunicação O Povo, ,o evento contou ainda com a presença de Fábio Santos, ativista do coletivo Rapadura Ninja, como debatedor.


Texto: Letícia Késsia

Nenhum comentário:

Postar um comentário