terça-feira, 29 de novembro de 2011

Novas rotinas produtivas dos jornalistas em discussão

Palestrantes no último Ciberdebates de 2011. Foto: Bárbara Sena


Nesta terça-feira, 29 de novembro, aconteceu o último Ciberdebates do ano de 2011, que trouxe como tema as novas rotinas produtivas dos jornalistas após a consolidação da internet do âmbito da comunicação. Os palestrantes escolhidos pela equipe organizadora foram Raone Saraiva, jornalista recém-formado pela Unifor, Daniel Praciano, jornalista do Diário do Nordeste e Cláudio Ribeiro, do jornal O Povo. O evento aconteceu pela manhã, no auditório da Biblioteca da Unifor

Durante o debate, foram expostas as novas formas de produzir informação e de se registrar os fatos com mais imediatismo: através de telefones com câmeras, vídeos, cobertura em tempo real nas redes sociais, bem como esclarecer se há, realmente uma oposição entre o jornalista que vai para a rua, mantendo contato direto e pessoal com as fontes e com o fato que está cobrindo, e o jornalista “sentado”, que se pauta por textos de internet, que lida com as fontes por telefone ou por redes sociais, ou seja, que agrega informações à sua notícia de uma outra forma.

Foto: Bárbara Sena
Raone Saraiva expôs ao público a sua pesquisa realizada durante o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC),que tratou justamente do assunto abordado no Ciberdebates. O pesquisador mostrou a plateia dados levantados através de entrevistas realizadas com jornalistas dos jornais O Povo e do Diário do Nordeste, com perguntas relativas à vontade dos profissionais de ir à rua, capacidade de faro jornalístico e o interesse no furo. Raone concluiu em sua pesquisa que muitos dos profissionais consultados apura dados através de ligações, sites, redes sociais, sem ter que, necessariamente ir à rua para produzir informação, “Constatei que 75% dos jornalistas entrevistados já utilizaram câmera ou celular para ele mesmo registrar o que está cobrindo”, destacou.

Foto: Bárbara Sena
Para o palestrante Cláudio Ribeiro, no entanto, não deve existir oposição entre jornalista de rua e jornalista sentado, ou seja, deve-se priorizar o rigor no trato da informação, “prefiro utilizar o termo jornalismo mais jornalismo, ao invés de jornalismo versus jornalismo”, pontuou. O jornalista também esclareceu aos ouvintes que uma informação velha a pode trazer novas pautas e novas informações ao público, para exemplificar as suas ponderações, Ribeiro trouxe alguns exemplos de matérias publicadas em O Povo, como a relativa ao “Agente S” e a série de reportagens sobre o ciclo das chuvas no sertão, “Vocês não podem perder o fio do jornalismo, independente do momento que a profissão vive”, finalizou.

Foto: Bárbara Sena

Por último, foi a vez do jornalista Daniel Praciano, do Diário do Nordeste, de expor as suas impressões sobre o assunto. Na ocasião, ele falou sobre o significado de jornalista sentado, que é um termo francês designado para identificar um jornalismo mais orientado ao tratamento (formatação de textos de outros jornalistas, gênero editorial ou comentário), além de frisar que a internet não foi a responsável pela entronização de um jornalismo sentado, lembrando que algumas funções exercidas pelos jornalistas dentro das redações convencionais já eram utilizadas na internet: em meados dos anos 90, quando o jornalismo online começava a tomar forma, o texto da versão impressa era “colado” na rede, sem passar por nenhum tipo de alteração.

Daniel ainda destacou que o jornalismo online foi crescendo e adquirindo cada vez mais espaço nos últimos anos, formando equipes tão grandes quanto as de redações de jornais. Praciano também concorda que não deve haver oposição entre as duas formas de fazer jornalismo, pelo contrário, elas devem se completar, “Leiam bastante, tenham um caderninho de fontes, porque elas fazem a história ficar mais rica, e história sem personagem fica mais parecida com relatório”, finalizou.

O Ciberdebates é um projeto da disciplina Oficina em Jornalismo, ministrada pelas professoras Joana Dutra e Adriana Santiago, e traz a proposta de discutir o Jornalismo relacionado às novas tecnologias. Aguardem os novos debates que virão em 2012.1. Até lá!

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