quarta-feira, 4 de maio de 2011

"O jornalismo colaborativo reconfigurou o cotidiano das redações", avalia Michel Victor

Por Eva Cardoso, Helton Amâncio, Isabelle Leal e Viviane Sobral


Jornalismo Colaborativo, Cidadão, Participativo: independente da nomenclatura, essa foi a temática do 3º Ciberdebates do semestre, realizado na manhã desta terça-feira, 3, que contou com o coordenador de mídias sociais do grupo de Comunicação O POVO, Michel Victor, como um dos debatedores.

Michel antecipou para o blog o que esperava deste Ciberdebates, o terceiro em que participou, e, na sequência do vídeo, suas considerações sobre os pontos fortes e fracos do evento:


Durante o debate, Michel afirmou que "os usuários de internet não são fiéis. Temos que usar vários artifícios para prender a atenção do internauta". Ele destacou ainda que o internauta gosta de se ver na notícia, por isso dar uma resposta imediata a uma solicitação do usuário é uma ferramenta importante nesse processo de fidelização.

O Wikibarulho, do O Povo Online, foi um exemplo de case de sucesso mencionado por Michel. Em apenas um dia, 450 denúncias de pontos de poluição sonora em Fortaleza foram feitas. "Mas não adianta só lançar um mapa. É preciso ter um conceito", ressalta. Os cerca de cinquenta blogs hospedados no portal também são exemplos de participação. Apesar de vários blogueiros não serem jornalistas, existem critérios na escolha de quem estará ligado ao O Povo.

Questionado por um aluno na plateia, Michel enumerou algumas regras básicas das redes sociais utilizadas pelo O Povo Online:

- Relacionamento (resposta de forma imediata e instantânea, para que o internauta se sinta inserido no processo de produção de conteúdo);
- Seleção dos conteúdos específicos no Twitter (cuidado para que o excesso de postagens seja considerado 'spam');
- Segmentação das contas (@esportesopovo, @politicaopovo, a depender do interesse do leitor, você valoriza os assuntos e facilita para o internauta);
- Criação de espaços de discussão (relacionados com pautas do portal e do jornal impresso, também promove há uma continuidade do assunto);
- Estratégias de marketing (atrai a participação de novos usuários).

O coordenador das mídias sociais ressaltou a importância do código de ética do Jornalista, mas que deixar o cidadão de fora desse novo fazer jornalismo é fechar uma porta para o sucesso desse modalidade da Comunicação Social. Para ele, se trata de um jornalismo colaborativo, e não de jornalistas colaborativos. "O colaborador é importante, mas ele não é jornalista, e cabe ao profissional saber apurar toda e qualquer informação. Por trás de uma denúncia, há sempre uma pessoa, uma família envolvida naquilo", relembra.

Contato com as fontes

Segundo Michel, esse colaborador sente prazer em dividir o poder da notícia. Enquanto antes as fontes preferiam manter sua identidade em sigilo, hoje elas querem mostrar sua cara. "O jornalismo está sendo percebido como uma comunicação horizontalizada. Não vamos deixar de ter o domínio da comunicação, mas o usuário hoje é um emissor ativo e molda nossa agenda de pautas durante o dia".

Michel finalizou dizendo que o Jornalismo Colaborativo não deve nem vai substituir o jornalismo tradicional, mas o jornalista que não acompanhar a evolução das novas mídias sociais é um forte candidato a perder sua vaga na redação. "O jornalismo colaborativo reconfigurou o cotidiano das redações, mexe desde a reunião de pauta, até a escolha das fontes".

Você pergunta, Michel responde

Ao fim do debate, nossa equipe lançou uma proposta para os participantes da banca debatedora e da plateia: elaborar uma pergunta diretamente para Michel. O desafio contou com a participação de Reginal Aguiar, Kélvia Ribeiro, e dos estudantes de jornalismo André Victor, da Fa7, e Jader Santana, da Unifor. Confira o resultado logo abaixo:

Reginaldo Aguiar:

Kélvia Ribeiro:

Jader Santana:

André Victor:

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