terça-feira, 27 de março de 2012

Ciberdebates discute fotografia analógica e digital no jornalismo

Camille Vianna e Lia Girão

"O que importa é a forma como a fotografia é feita, e não o dispositivo", afirmou o editor de fotografia do Diário do Nordeste Eduardo Queiroz na manhã da última quinta-feira (22) no Ciberdebates "Fotografia em Pauta" que aconteceu no Teatro Celina Queiroz, na Unifor. Como convidados também compareceram o fotógrafo Celso Oliveira e o professor de Fotografia na Universidade, Júlio Alcântara.



A discussão abordou alguns pontos polêmicos sobre fotografia analógica e digital. Eduardo Queiroz levou em consideração o uso de dispositivos que manipulam imagens e declarou que é um ponto negativo, mas muitas vezes os jornalistas dependem da rapidez e eficácia dessas máquinas para enviar as fotografias para os jornais e agências jornalísticas. O photoshop foi bastante comentando e exemplificado como um meio de manipulação e distorção da imagem. "Quem decide ser fotógrafo precisa conhecer muito de luz, porque photoshop não corrige imagem ruim", comentou Eduardo Queiroz, afirmando que não adianta saber como editar se a foto não foi batida da maneira correta.

Júlio Alcântara, em contrapartida, defendeu o uso dos programas de edição para melhoria e até criação de novos tipos de fotografias, com efeitos que a analógica não poderia ter. O professor falou sobre o uso de filtros lomográficos digitais - com efeitos antigos - como uma nova perspectiva de fotografia, mostrando que essa mania pode ser encarada como um certo 'medo do futuro'. "O medo das pessoas de encarar o futuro pode ser visto no grande uso dos filtros que relembram as fotografias antigas", comentou Júlio.

De acordo com os debatedores, a fotografia analógica, por ser mais limitada por conta dos filmes, contava com um maior cuidado dos fotógrafos na hora do clique, obrigando-os a buscarem uma certa perfeição da imagem. "As pessoas pararam de pensar na arte e passaram a se focar na técnica, mas ela não é suficiente pra fazer uma boa foto", destaca Celso Oliveira.

A 4ª edição do Ciberdebates se propôs a debater a fotografia jornalística nos mais diversos âmbitos, passando por manipulações digitais, copias não autorizadas, iluminação e história do fotojornalismo.


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